Ações da China em Hong Kong e Xinjiang são criticadas pelo Ocidente em fórum da ONU
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Potências ocidentais conclamaram a China nesta sexta-feira a restaurar os direitos legais básicos em Hong Kong e permitir inspeções em sua região remota de Xinjiang, onde mais de um milhão de uigures étnicos estão detidos.
A repreensão dura à China ocorreu no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde União Europeia, Reino Unido, Austrália e Canadá estiveram entre os que expressaram preocupações crescentes a respeito das duas áreas.
"Nenhum Estado deveria estar acima da lei, chegou a vez da China", disse John Fisher, da entidade Human Rights Watch, falando ao fórum em nome de mais de 300 grupos de ativistas.
Abdulxukur Abdurixit, que é uigur, exortou o conselho a nomear um investigador da Organização das Nações (ONU) em sua região nativa, dizendo: "Há um genocídio sendo cometido contra meu povo".
"Minha família é mantida refém em um campo de concentração chinês. Meu irmão é forçado a montar carregadores de celular como trabalhador escravo. Seu carregador pode estar entre eles", disse.
Um diplomata chinês rejeitou as "alegações infundadas" de delegações ocidentais, mas não as abordou.
A China nega maltratar uigures e disse que os campos proporcionam tratamento vocacional e são necessários para se enfrentar o extremismo.
O Reino Unido apelou à China para que esta preserve os direitos e as liberdades garantidos pela Declaração Sino-Britânica Conjunta em Hong Kong e para que mantenha a independência do Judiciário da antiga colônia britânica.
A nova lei de segurança imposta por Pequim a Hong Kong está "sendo implantada com a intenção aparente de eliminar a dissidência", disse o lorde britânico Tariq Ahmad.
"Ela permite o processo de certos casos na China continental, uma jurisdição em que os réus muitas vezes são mantidos durante períodos longos sem acusação ou acesso a aconselhamento legal, e onde temos preocupações a respeito da independência judicial, do devido processo legal e de relatos de tortura", disse.
Falando em nome da UE, a Alemanha expressou temores da "existência de uma rede ampla de campos de reeducação política, vigilância generalizada e restrições sistêmicas da liberdade de religião ou crença contra uigures e outras minorias" em Xinjiang.
Na semana passada, a chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse que está debatendo com as autoridades chinesas uma possível visita a Xinjiang.
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