Líderes do G20 são exortados a prover financiamento para vacinas, medicamentos e testes de Covid-19
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - Os líderes do G20 precisam ajudar a cobrir um déficit de financiamento para compra de vacinas, medicamentos e testes destinados ao combate da pandemia de Covid-19, conforme uma carta do presidente da África do Sul, do primeiro-ministro da Noruega e dos chefes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Comissão Europeia.
A carta, vista pela Reuters, foi enviada antes da cúpula virtual do Grupo dos 20 no fim de semana em Riad, organizada pela Arábia Saudita, que atualmente detém a presidência rotativa do clube, composto por nações ricas e grandes potências emergentes.
"Um compromisso dos líderes do G20 na cúpula do G20 em Riad de investir substancialmente no déficit de financiamento imediato do ACT (Access to COVID-19 Tools) Accelerator de 4,5 bilhões de dólares salvará vidas imediatamente, estabelecerá as bases para aquisição e entrega em massa de ferramentas voltadas para a Covid-19 em todo o mundo e fornecerá uma estratégia de saída para esta crise econômica e humana global", disse o texto.
O ACT Accelerator é um projeto liderado pela OMS que também almeja garantir vacinas contra Covid-19, exames de diagnósticos e equipamento de proteção para países mais pobres.
A carta também exortou os líderes do G20 a se comprometer conjuntamente com "uma proporção dos gastos de estímulo futuro" nas ferramentas, que têm como objetivo particular garantir o abastecimento de países de baixa renda.
Os signatários foram o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa; a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg; o diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus; e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
"Envolver os ministros das Finanças agora para realmente levantar todo o dinheiro de que precisamos, não apenas o dinheiro urgente necessário para 2020, mas realmente garantir que estamos financiando totalmente o trabalho total do ACT Accelerator é tão importante", disse à Reuters Dag Inge Ulstein, ministro norueguês de desenvolvimento internacional, em Genebra.
"São as próximas semanas que serão muito, muito cruciais", acrescentou.
A iniciativa criada pela OMS e pelo grupo de vacinas GAVI excedeu a meta provisória de arrecadar mais de 2 bilhões de dólares para comprar e distribuir vacinas para a Covid-19 para os países mais pobres, mas na semana passada foi informado que ainda seria preciso mais dinheiro.
São necessários cerca de 28 bilhões de dólares para financiar totalmente a aquisição e distribuição de vacinas, medicamentos e testes, que von der Leyen disse na semana passada ser equivalente à "mesma soma que o setor de transporte e o setor de turismo global perdem em apenas dois dias de bloqueio".
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