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Ativista de Hong Kong mantém tom desafiador após sentença de prisão de 13 meses

02/12/2020 10h37

Por Jessie Pang e Clare Jim

HONG KONG (Reuters) - Joshua Wong, um dos ativistas pró-democracia mais proeminentes de Hong Kong, foi condenado nesta quarta-feira a mais de 13 meses de prisão por causa de uma manifestação antigoverno ilegal de 2019, a pena mais dura imposta a uma figura da oposição neste ano.

A pena de Wong, de 24 anos, chega no momento em que críticos dizem que o governo apoiado por Pequim está intensificando a repressão dos opositores de Hong Kong e erodindo as liberdades amplas garantidas depois que a antiga colônia britânica voltou ao controle chinês em 1997 – uma acusação que autoridades da China e de Hong Kong rejeitam.

Reagindo ao veredicto, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, exortou as autoridades de Hong Kong e de Pequim a encerrarem suas campanhas para sufocar a oposição.

Wong havia se declarado culpado de organizar e incitar uma reunião ilegal perto do quartel-general da polícia da cidade no auge das manifestações às vezes violentas de junho do ano passado, e podia receber uma pena máxima de três anos de prisão.

Cerca de 100 apoiadores se reuniram silenciosamente dentro do tribunal antes da emissão da sentença, e um grupo pró-Pequim pequeno se congregou do lado de fora, pedindo uma pena de prisão longa.

"Sei que os próximos dias serão mais difíceis. Continuaremos firmes", gritou Wong, usando um suéter preto e uma máscaras cirúrgica, depois da leitura da sentença.

"Não é o fim da luta", disse ele mais tarde através de seus advogados.

(Por Jessie Pang, Clare Jim, Twinnie Siu, Donny Kwok, Aleksander Solum em Hong Kong e Ben Blanchard em Taipé)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES