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EUA e China precisam de boa vontade para melhorar relações, diz embaixador chinês

05/12/2020 13h24

PEQUIM (Reuters) - China e Estados Unidos precisam agir juntos com "boa vontade" para melhorar as relações, uma vez que os laços entre as duas maiores potências econômicas do mundo continuam tensos, afirmou neste sábado o embaixador chinês em Washington.

As relações sino-americanas caíram ao seu ponto mais baixo em décadas devido a questões como comércio e segurança, direitos humanos e COVID-19. Na sexta-feira, um editorial da mídia estatal chinesa disse que os laços estão mudando para "um caminho perigoso".

"Para colocar as relações no caminho certo, para ter uma melhora real das relações, ambos os lados devem proceder com boa vontade e boa fé", disse o embaixador Cui Tiankai na videoconferência da Conferência Anual do Instituto de Estudos China-América.

"Não acho que a China deva apenas fazer algo para agradar a ninguém aqui", disse ele, de acordo com uma transcrição postada no site de sua embaixada.

As tensões entre os dois países aumentaram drasticamente em julho, quando a China fechou o consulado dos Estados Unidos na cidade de Chengdu, no sudoeste, em retaliação à saída de Pequim de seu consulado em Houston, Texas.

No início do ano, Washington cortou o número de cidadãos chineses autorizados a trabalhar nos escritórios americanos da grande mídia estatal chinesa. Pequim então expulsou jornalistas americanos dos escritórios chineses do New York Times, do Wall Street Journal e do Washington Post.

GESTOS POSITIVOS

Quando questionado pelo presidente do Comitê Nacional de Relações Estados Unidos-China, Steve Orlins, se a China está preparada para reabrir o consulado de Chengdu, entre outros gestos positivos, antes que o presidente eleito Joe Biden tome posse em janeiro, Cui não descartou a possibilidade.

"Devo dizer que não iniciamos o fechamento dos consulados. Não fomos os primeiros a pedir que jornalistas estrangeiros saíssem do país. Fizemos tudo isso em resposta a ações tomadas pelos Estados Unidos. Então, se o governo dos EUA estiver pronto para reverter o curso, estamos prontos para olhar para isso", disse Cui.

(Reportagem de Ryan Woo)