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Biden diz não ver evidências de que ataque hacker contra EUA foi controlado

22/12/2020 19h51

Por Simon Lewis e Jarrett Renshaw

WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira que não vê evidências de que um grande ataque cibernético contra os Estados Unidos foi controlado, e alertou que a invasão não ficará sem resposta depois que ele assumir o governo no dia 20 de janeiro.

Os ataques de larga escala revelados na semana passada afetaram pelo menos meia dúzia de agências governamentais dos Estados Unidos e deixaram milhares de empresas norte-americanas expostas.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que o ataque parece ter sido conduzido pelo governo russo.

"É um grave risco e continua. Eu não vejo evidências de que esteja sob controle. Não vejo nada. Não ouvi nada. O Departamento de Defesa não nos informa sobre muitas coisas. Então não sei de nada que sugira que está controlado", disse Biden a jornalistas em Wilmington, no Delaware.

Biden culpou o presidente Donald Trump por retirar as defesas norte-americanas contra ataques cibernéticos, afirmando: "Esse ataque ocorreu sob a vigilância de Donald Trump, quando ele não estava acompanhando."

O democrata, que derrotou Trump nas eleições em novembro, disse que seu governo tomará medidas significativas para responder à invasão, mas não deu detalhes.

No domingo, o próximo chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, afirmou que a resposta de Biden aos ataques hackers iria além de apenas sanções. Segundo ele, Biden estava analisando maneiras para degradar a capacidade de agentes estrangeiros de realizarem ataques cibernéticos contra os Estados Unidos.

As opções consideradas pelo governo de Biden para punir a Rússia pelo suposto envolvimento no episódio incluem penalidades financeiras e ataques cibernéticos retaliatórios contra unidades de infraestrutura russas, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.

O Kremlin negou qualquer envolvimento nos ataques.

(Reportagem de Simon Lewis, em Wilmington, e Jarrett Renshaw, na Filadelfia; Reportagem adicional de Brad Heath, Michael Martina e Eric Beech)