Chile mantém confiança na CoronaVac apesar de questionamentos sobre dados de eficácia
Autoridades chilenas disseram nesta quinta-feira que continuam confiantes na vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac contra a Covid-19, apesar dos questionamentos em outros países após pesquisadores do Brasil anunciarem que a eficácia da CoronaVac é mais baixa do que foi sugerido inicialmente.
Rodrigo Yanez, o subsecretário chileno de Comércio encarregado de adquirir vacinas contra a Covid-19 para o país, afirmou que a agência reguladora de saúde do Chile estava avaliando todos os dados disponíveis e anunciaria sua decisão sobre a aprovação emergencial para o imunizante em breve.
Ele disse que as vacinas irão servir seu propósito crítico se ajudarem a diminuir os sintomas graves, as hospitalizações e as mortes.
Nesta semana, pesquisadores no Instituto Butantan publicaram dados de um estudo clínico em estágio avançado mostrando que a vacina tinha 50,4% de eficiência na prevenção de infecções sintomáticas, incluindo casos "muito leves". Na semana anterior, os pesquisadores haviam dito que a vacina da Sinovac mostrava 78% de eficiência para casos "leves a moderados".
"Os números no Brasil são bons, embora eles possam ser enganosos se focarmos apenas nos 50%, já que a meta é evitar mortes e que as pessoas lotem os hospitais", afirmou Yanez à Reuters em uma entrevista por telefone. "Ela deve ser muito mais eficiente com os casos mais graves da doença, uma vez que os dados clínicos sustentarem o que foi anunciado nesta semana".
O Chile pagou 3,5 milhões de dólares para receber testes clínicos da vacina e também encomendou 60 milhões de doses para administrar à sua população de 18 milhões de habitantes nos próximos três anos.
O Chile já iniciou a vacinação contra a Covid de seus profissionais de saúde usando o imunizante da Pfizer, e a agência reguladora do país também está avaliando se aprova a vacina da AstraZeneca para o uso emergencial.
A notícia da eficácia da CoronaVac nos estudos do Brasil levou Malásia e Cingapura, que também firmaram acordos com a Sinovac, a anunciarem que irão buscar mais dados da empresa chinesa sobre os índices de eficácia antes de finalizarem suas compras.
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