Cemitério para mulçumanos vítimas da covid-19 em Nova Déli está ficando sem espaço
Esmurrando a terra com os punhos, um jovem lamenta enquanto o corpo de seu pai, que morreu depois de contrair covid-19, é retirado de uma ambulância e depositado em um túmulo cavado às pressas na capital indiana de Nova Déli.
"Você me disse para não sair, mas eu não ouvi", chora ele. "É culpa minha", grita ele repetidamente. "Desculpe-me."
O principal cemitério muçulmano da cidade para vítimas da covid-19 está ficando sem espaço, de acordo com as autoridades, já que os casos em Déli e em todo o país estão fora de controle desde um relaxamento de quase todas as restrições à circulação no ano passado.
A Índia, país de quase 1,4 bilhão de habitantes, relatou mais de 200 mil casos diários novos nos últimos dois dias, a cifra mais alta do mundo, e Déli superou Mumbai ao se tornar a cidade mais assolada.
Hoje, um fluxo constante de ambulâncias chegou ao cemitério Jadid Qabristan, nos arredores da antiga cidade murada, onde um trecho vasto de um terreno baldio foi convertido em um cemitério de vítimas da Covid-19 no ano passado.
Estendendo-se até onde a vista alcança, os túmulos chegam até o muro fronteiriço, deixando pouco espaço de sobra.
O coveiro-chefe, Mohammad Shameem, disse que agora tem que recusar corpos, já que espaço e funcionários são artigos raros.
"Ontem havia 19 corpos, mas só demos conta de 15", explicou.
Familiares, muitos com pouco ou nenhum equipamento de proteção, transportam parentes em caixões de compensado grosseiro ou em um simples lençol branco.
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