Tribunal eleitoral peruano corre para declarar vencedor de eleições e Castillo constrói alianças
Por Marco Aquino e Stefanie Eschenbacher
LIMA (Reuters) - O tribunal eleitoral do Peru anunciou nesta quinta-feira que vai trabalhar com celeridade para resolver todos os pedidos de impugnação de votos da eleição de 6 de junho, enquanto o país espera acabar com mais de uma semana de incertezas e depois de a recontagem garantir a vitória do socialista Pedro Castillo.
Enquanto isso, o candidato de esquerda --que emergiu de maneira surpreendente nas eleições do país-- continua se reunido com representantes de partidos políticos e organizações civis, em um esforço para construir pontes e fazer alianças para um eventual governo.
Castillo, de 51 anos, obteve 50,125% do total de votos no segundo-turno das eleições, com uma diferença de apenas 44.058 votos para a candidata de direita Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, hoje preso por corrupção, e que fez denúncias de fraudes com poucas evidências tentando anular algumas cédulas.
"O plenário da entidade máxima eleitoral continuará com a resolução dos recursos durante este final de semana com o propósito de cumprir o trabalho de maneira célere", afirmou o presidente do Tribunal Nacional de Eleições, Jorge Salas.
Em uma mensagem pelo Twitter, o responsável máximo do órgão eleitoral afirmou que busca terminar rapidamente toda a carga processual que está pendente para chegar "prontamente" à proclamação dos resultados das eleições presidenciais.
Especialistas em eleições disseram, no entanto, que o trabalho poderia demorar dias, ou até semanas, tendo em vista que o partido de Fujimori pediu a anulação de pelo menos 800 registros de votação, alegando irregularidades e "fraude de mesa".
Nas eleições de 2011 e de 2016, que Fujimori também abriu processos e perdeu, o anúncio oficial do vencedor não se deu até o final de junho, inclusive com um número menor de votos impugnados.
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