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China acusa Washington por "truques políticos baixos" por conta de exposição sobre Uigures

16/09/2021 19h52

Por Emma Farge

GENEBRA (Reuters) - Uma exposição fotográfica uigur apoiada pelos Estados Unidos que apresenta dezenas de pessoas que estão desaparecidas ou supostamente detidas em campos de detenção em Xinjiang, na China, foi inaugurada na Suíça nesta quinta-feira, levando o governo de Pequim a emitir uma declaração furiosa que acusa Washington de fazer "truques políticos baixos".

O "Muro dos Desaparecidos", que também conta com entrevistas com sobreviventes de campos de detenção sobre uma suposta esterilização forçada, está diante do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, onde uma sessão de um mês do Conselho de Direitos Humanos começou nesta semana.

"Era importante para nós trazer rostos para representar as estatísticas", explicou Zumretay Arkin, cujo tio aparece na exibição. "É mais fácil esquecer números, mas se as pessoas veem rostos, esperamos que captem a urgência da situação."

Grupos de direitos humanos estimam que um milhão de uigures e outras minorias étnicas estão detidos em campos que a China descreve como centros de treinamento vocacional para combater o extremismo religioso.

Os EUA deram incentivo financeiro para a mostra, que mais tarde viajará a Bruxelas e Berlim, disse o Congresso Mundial de Uigures à Reuters. No início desta semana, a missão norte-americana em Genebra a expôs em uma recepção diplomática, de acordo com fontes que compareceram.

Em um comunicado enviado a jornalistas na noite desta quinta-feira, a missão diplomática da China em Genebra disse que Washington está "tentando colher os benefícios da divulgação de desinformação sobre a China. Foi cruzada a linha moral rudimentar para criticar os outros."

"Os Estados Unidos são aconselhados a agir como uma potência decente e investir seus recursos para melhorar o bem-estar e os direitos humanos do povo norte-americano, ao invés de violar os direitos humanos de pessoas em outros países e fazer truques políticos baixos", continua a nota.

Os atritos entre China e os Estados Unidos se tornaram cada vez mais ácidos no Conselho de Genebra neste ano, com a China reconquistando uma vaga e Washington buscando se eleger para o fórum, que foi abandonado pelo ex-presidente Donald Trump.

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF AC