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ONU pede que Brasil receba haitianos acampados na fronteira EUA-México

Imigrantes haitianos atravessam o Rio Grande, na divisa dos EUA com o México, temendo deportação - Por Gabriel Stargardter e Lisandra Paraguassu
Imigrantes haitianos atravessam o Rio Grande, na divisa dos EUA com o México, temendo deportação Imagem: Por Gabriel Stargardter e Lisandra Paraguassu

24/09/2021 11h27

Por Gabriel Stargardter e Lisandra Paraguassu

RIO DE JANEIRO/BRASÍLIA (Reuters) - A Organização Internacional para as Migrações (OIM) indagou formalmente o Brasil para saber se o país receberia alguns dos haitianos que estão acampados na fronteira entre os Estados Unidos e o México na esperança de entrar nos EUA, de acordo com duas fontes a par do pedido.

Sem mencionar o pedido da OIM, o Itamaraty afirmou em nota que "o tema foi tratado em conversas entre autoridades de diversos países e está sendo analisado à luz da legislação vigente".

O pedido da OIM --braço da ONU para migração-- vem no momento em que o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma pressão crescente para resolver mais uma crise imigratória. Um grande fluxo de migrantes tem chegado à fronteira sul dos EUA, gerando dores de cabeça políticas e obstáculos logísticos para os Estados Unidos e o México.

Cerca de 14 mil imigrantes, na maioria haitianos, estavam acampados pouco ao norte do Rio Grande neste mês para tentarem entrar nos EUA. Washington começou a mandar alguns de volta ao Haiti de avião, enquanto o México pede que outros desistam de seus sonhos norte-americanos e peçam asilo no sul do país.

A OIM pediu que o Brasil receba haitianos que têm filhos brasileiros, ou que passaram pelo Brasil antes de entrarem no México em sua jornada rumo ao norte, disseram as duas fontes. Elas acrescentaram que o primeiro pedido tem mais probabilidade de ser aceito, e uma delas disse que o segundo exigirá mais análise.

Por meio de seu escritório mexicano, a OIM disse que tem "um programa de retorno voluntário que auxilia imigrantes de várias nacionalidades, e a implantação deste programa exige um acordo entre os países envolvidos", sem dar maiores detalhes.