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CPI da Covid terá reunião hoje para discutir divergências sobre relatório final

Vista geral do plenário durante a penúltima sessão da CPI da Covid, no Senado, em Brasília - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Vista geral do plenário durante a penúltima sessão da CPI da Covid, no Senado, em Brasília Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

18/10/2021 15h48

A CPI da Covid vai realizar na tarde desta segunda-feira uma reunião entre os membros que têm comandado os trabalhos da comissão para discutir eventuais divergências do relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL), segundo fontes ouvidas pela Reuters.

A comissão deverá discutir detalhes do relatório de Renan, que teve versões preliminares divulgadas pela imprensa nos últimos dias. O relator não deve participar, segundo uma fonte.

Em entrevistas e declarações públicas, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), demonstrou mais cedo contrariedade com pontos do parecer divulgado. Um deles seria a sugestão de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro pelo crime de genocídio de indígenas no enfrentamento à pandemia.

Aziz discorda desse enquadramento alegando que os indígenas em seu Estado foram massivamente vacinados e que não houve genocídio. Ele alertou para o que considera um eventual excesso do relatório.

Em entrevista, Renan minimizou o impacto do vazamento de informações do seu parecer, dizendo até ter achado "bom" que isso tenha ocorrido. Segundo uma fonte, Renan não estaria disposto a recuar, por conta própria, das sugestões de indiciamento feitas pela equipe técnica da CPI.

Essas divergências em torno do parecer final levaram ao adiamento da leitura do texto, que estava prevista para a terça, e da votação final, originalmente marcada para a quarta-feira. Uma nova data está sendo discutida, segundo as fontes.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.