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Três doses da vacina Pfizer neutralizam variante ômicron, diz empresa

Ludwig Burger

08/12/2021 10h42Atualizada em 08/12/2021 14h55

A BioNTech e a Pfizer disseram hoje que uma série de três doses de sua vacina contra a covid-19 foi capaz de neutralizar a nova variante ômicron do coronavírus em um teste laboratorial, e acrescentaram que, se necessário, podem entregar uma vacina específica para a ômicron em março de 2022.

Na primeira declaração oficial das fabricantes de vacinas sobre a provável eficácia de seu imunizante contra a ômicron, a BioNTech e a Pfizer disseram que duas doses de vacina resultaram em anticorpos neutralizantes significativamente mais baixos, mas que uma terceira dose de sua vacina aumentou os anticorpos neutralizantes em um fator de 25.

O sangue coletado de pessoas que receberam a terceira dose de reforço há um mês neutralizou a variante ômicron de forma quase tão eficaz quanto a neutralização gerada após duas doses da vacina em relação ao vírus original, identificado pela primeira vez na China.

"Garantir que o maior número possível de pessoas estejam totalmente vacinadas com as duas primeiras séries de doses e uma de reforço continua sendo o melhor curso de ação para prevenir a disseminação da covid-19", disse o presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, em comunicado.

Embora a necessidade permaneça incerta, empresas disseram que continuarão seus esforços para levar ao mercado uma vacina contra covid-19 específica para a ômicron, iniciados quando a nova linhagem foi detectada pela primeira vez, em 25 de novembro, gerando preocupação global entre cientistas.

As descobertas estão amplamente em linha com um estudo preliminar divulgado por pesquisadores do Africa Health Research Institute na África do Sul nesta terça-feira, dizendo que a ômicron pode contornar parcialmente a proteção das duas doses da vacina da Pfizer/BioNTech, e sugerindo que uma terceira dose pode ajudar a evitar a infecção.

A grande maioria das estruturas superficiais na proteína spike da ômicron direcionada pelas células T, que normalmente surgem após a vacinação, não são afetadas pelas mutações da ômicron, disseram.

"As empresas acreditam que os indivíduos vacinados ainda podem estar protegidos contra as formas graves da doença", acrescentaram.

As células T são o segundo pilar de uma resposta imune, ao lado dos anticorpos, e acredita-se que previnam doenças graves ao atacar as células humanas infectadas.

Não há relato oficial de morte pela ômicron

A OMS (Organização Mundial da Saúde) ainda não relatou nenhuma morte vinculada à variante ômicron do coronavírus. Na última sexta (3), Christian Lindmeier, um dos porta-vozes da instituição, disse que, levando em consideração que muitos países aumentam os testes para tentar detectar a nova variante, "com certeza teremos mais casos, mais informações, e, tomara que não, possivelmente falecidos".

A OMS disse que a variante pode aumentar a chance de reinfecção pela covid-19, mas tranquilizou ao afirmar que tratamentos contra versões anteriores do vírus também têm funcionado contra a ômicron.

Ouvido por VivaBem, o infectologista Alexandre Naime disse que, embora a ômicron tenha se mostrado mais transmissível que outras variantes, ela ainda não se mostrou capaz de provocar um aumento no número de internações e mortes pela doença.

Adaptação das vacinas à variante

A farmacêutica chinesa Sinovac anunciou ontem que trabalha na adaptação da CoronaVac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, para combater a nova variante ômicron do coronavírus. A previsão é que a pesquisa seja concluída em três meses.

De acordo com a vice-presidente da Sinovac, Yaling Hu, o primeiro passo é isolar a nova cepa do vírus e fazer um teste de anticorpos neutralizantes. Depois, serão feitas avaliações e estudos clínicos em diferentes faixas etárias. A Moderna também já informou que começou a trabalhar para adaptar suas vacinas à nova variante, se necessário.

No fim de novembro, o cientista britânico que liderou as pesquisas sobre a vacina Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus afirmou neste sábado (27) que é possível criar uma nova contra a variante ômicron "muito rápido".

O professor Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, considerou que é "altamente improvável" que esta nova variante se propague com força entre a população já vacinada, "como já vimos no passado" com a variante delta.

A nova variante foi classificada como "preocupante" pela OMS. Ela tem uma proteína de espigão diferente daquela do coronavírus original, na qual se baseiam as vacinas contra covid-19. Isso aumenta a preocupação de que a B.1.1.529 possa "escapar" da proteção dos imunizantes.

No domingo, Anthony Fauci, o principal assessor do governo dos Estados Unidos sobre a pandemia, disse que os primeiros indícios sobre a gravidade da ômicron são "um tanto encorajadores", embora tenha alertado que ainda faltam informações.

"Embora seja muito cedo para fazer afirmações definitivas, até agora não parece que haja um grande grau de gravidade", disse Fauci à CNN.

Como se proteger da ômicron

Um dia depois da identificação da ômicron, em novembro, a OMS pediu para que, individualmente, as pessoas ajudem no combate à variante, tomando medidas já conhecidas contra a covid-19, como:

  • Tomando a vacina contra a covid-19;
  • Uso de máscara bem ajustada ao rosto;
  • Higiene constante das mãos;
  • Distanciamento físico;
  • Melhora da ventilação em ambientes que não sejam ao ar livre, como salas;
  • Preferência por evitar espaços lotados.
*Com informações do UOL e da AFP.

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