Em dia de orações pela Ucrânia, papa relembra sofrimento histórico do país
Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco liderou nesta quarta-feira um dia de orações pela paz na Ucrânia, pedindo que o diálogo prevaleça sobre os interesses das partes para resolver o impasse do Ocidente com a Rússia.
No último domingo, Francisco convocou pessoas de todas as religiões a rezarem na quarta-feira pelo fim da crise, dizendo que as tensões estão ameaçando a segurança na Europa e com riscos de vastas repercussões.
"Eu peço a vocês todos que rezem pela paz na Ucrânia, e que façam isso várias vezes ao longo do dia", disse Francisco em sua audiência semanal geral, acrescentando que espera que "feridas, temores e divisões" possam ser superadas.
Enquanto as pessoas rezavam na Ucrânia e no resto do mundo, Francisco disse que espera que "as súplicas que hoje sobem aos céus toquem as mentes e os corações dos líderes mundiais, para que o diálogo possa prevalecer e o bem comum seja colocado acima dos interesses das partes envolvidas.
Saindo do script, ele relembrou os mais de cinco milhões de pessoas que morreram na Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial, e que as pessoas de lá também haviam sofrido com a fome com "tanta crueldade".
A fala foi uma aparente referência aos cerca de 3 a 4 milhões de ucranianos que morreram no início dos anos 1930, quando o ditador soviético Joseph Stalin impôs a coletivização da agricultura e outras políticas com o objetivo de reprimir o nacionalismo ucraniano.
A tragédia, reconhecida por uma série de países como uma forma de genocídio, é chamada de Holodomor e também conhecida como a Grande Fome ou a Fome do Terror.
"Eles são um povo que sofreu muito", disse o papa sobre os ucranianos.
(Reportagem de Philip Pullella)
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