Ucrânia é alvo de ataque cibernético; Ocidente exige prova de retirada de tropas russas
Por Maria Tsvetkova e Andrea Shalal
MOSCOU/WASHINGTON (Reuters) - A Ucrânia afirmou que seu Ministério da Defesa e dois bancos foram hackeados nesta terça-feira, aparentemente culpando a Rússia, enquanto o Ocidente buscava evidências de Moscou de uma retirada parcial de tropas.
O Kremlin, os Estados Unidos e a Europa estão envolvidos em uma das crises mais graves nas relações Leste-Oeste há décadas sobre a Ucrânia, a influência pós-Guerra Fria no continente e o fornecimento de energia, ao mesmo tempo em que Moscou quer impedir que Kiev se junte à Otan.
Os países ocidentais sugeriram medidas de controle de armas e construção de confiança para aliviar o impasse e querem que a Rússia reverta o acúmulo de cerca de 130.000 soldados nas fronteiras de sua vizinha.
Nesta terça-feira, a Rússia informou que alguns soldados estavam retornando as suas bases após exercícios, levando a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, a pedir evidências, dizendo que tal movimento "seria uma notícia bem-vinda, se for legítima".
A Ucrânia não disse quem acredita ser o responsável pelo ataque cibernético, mas um comunicado sugeriu que estava apontando o dedo para a Rússia.
"Não está descartado que o agressor tenha usado táticas de pequenos truques sujos porque seus planos agressivos não estão funcionando em larga escala", disse o Centro Ucraniano de Comunicações Estratégicas e Segurança da Informação, que faz parte do Ministério da Cultura.
Os usuários do Privatbank tiveram problemas com pagamentos e um aplicativo bancário, e o Oshadbank disse que o ataque cibernético resultou na desaceleração de alguns de seus sistemas. Além disso, uma mensagem na página inicial do site do Ministério da Defesa informava que estava em manutenção.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
Um diplomata europeu disse que o ataque hacker era preocupante porque um ataque militar completo à Ucrânia provavelmente seria precedido por um ataque cibernético.
"Isso pode significar que um ataque físico é iminente, ou pode significar que a Rússia continua mexendo com a Ucrânia", disse o diplomata, sob condição de anonimato.
Ataques de bloqueio de serviço, quando hackers inundam uma rede com volumes excepcionalmente altos de tráfego de dados para paralisá-la, como observados na Ucrânia nesta terça-feira, são difíceis de atribuir a um responsável, mas o diplomata europeu disse que não há dúvida de que a Rússia está por trás deles.
Os Estados Unidos ofereceram apoio na investigação e resposta ao ataque.
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