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Pressão aumenta sobre Boris Johnson por conduta de ex-ministro

05/07/2022 10h37

Por Kylie MacLellan e Elizabeth Piper

LONDRES (Reuters) - Um ex-funcionário graduado do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido acusou o gabinete do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nesta terça-feira de mentir sobre se ele sabia sobre queixas anteriores de má conduta sexual feitas contra um ministro que renunciou na semana passada por causa de seu comportamento.

A alegação aumentará a pressão sobre Johnson em relação ao que ele sabia quando nomeou Christopher Pincher para uma função que envolvia impor disciplina no governista Partido Conservador.

Muitos dos parlamentares da legenda estão cada vez mais frustrados ao defender o que alguns dizem ser um governo cheio de escândalos e podem renovar as tentativas de destituir o primeiro-ministro apenas um mês depois que Johnson sobreviveu a um voto de confiança.

O principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, acusou Johnson de "arrastar a democracia britânica para a lama".

"O nº 10 (de Downing Street, onde ficam a residência e gabinete oficiais do premiê) continua mudando sua história e ainda não está dizendo a verdade", disse Simon McDonald, que atuou como subsecretário permanente do Ministério das Relações Exteriores na época em que Pincher era ministro júnior lá, em um tuíte com uma carta ao Comissário Parlamentar de Padrões que ele postou no site.

McDonald, diplomata britânico há décadas e agora membro da câmara alta do Parlamento que raramente se pronuncia sobre assuntos internos do governo, disse que houve uma investigação sobre Pincher em 2019 e que "o sr. Johnson foi informado pessoalmente sobre o início e o resultado da investigação".

Pincher renunciou como vice-chefe do cargo de "whip" na semana passada, dizendo que havia bebido demais, envergonhado e "causado aborrecimento" para as pessoas. A mídia britânica informou que Pincher agrediu sexualmente dois convidados do sexo masculino em um clube de Londres.