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Trump tenta usar buscas do FBI em sua casa para arrecadar dinheiro

09/08/2022 15h40

Por Brian Ellsworth e Sarah N. Lynch

PALM BEACH, EUA (Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tentou nesta terça-feira utilizar as notícias de buscas do FBI em sua casa na Flórida em seu benefício, citando a investigação em mensagens de texto e e-mails e pedindo doações políticas de seus apoiadores.

A busca inédita na propriedade de um ex-presidente norte-americano marca uma escalada definitiva da investigação federal sobre se Trump removeu ilegalmente documentos da Casa Branca enquanto deixava o cargo em janeiro de 2021. Trump continua flertando publicamente com uma nova candidatura à Presidência dos EUA em 2024, mas ainda não disse claramente se irá concorrer ou não.

Trump tentou caracterizar a operação de busca em seu clube Mar-a-Lago, em Palm Beach, como uma medida com motivações políticas do governo do presidente Joe Biden, num momento em que o ex-presidente tem atuação importante nas eleições primárias do Partido Republicano que antecedem a eleição legislativa de meio de mandato em novembro, que irão determinar o controle do Congresso norte-americano.

"Depois de verem que os candidatos que apoiei conquistaram grandes vitórias, e de verem meu domínio em todas as pesquisas, eles estão tentando impedir o Partido Republicano e eu mais uma vez", disse Trump em um e-mail com objetivo de arrecadar fundos na terça-feira. "A ilegalidade, a perseguição política, a caça às bruxas, precisam ser expostas e paradas."

Trump lançou seu comitê de ação política Save America dias após perder as eleições de 2020 para Biden. O fundo tem mais de 100 milhões de dólares no banco, uma formidável reserva financeira para uma futura disputa.

Na segunda-feira, Trump anunciou a busca em seu clube em nota, dizendo que ela estava sendo realizada por um "grande grupo de agentes do FBI". A sede do FBI em Washington e o escritório da entidade em Miami se recusaram a comentar o assunto.

(Reportagem de Brian Ellsworth em Palm Beach, Flórida, e Sarah N. Lynch em Washington)