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No interior de SP, Bolsonaro destaca melhora da economia e deflação

18/08/2022 13h02

Por Ricardo Brito

(Reuters) - Em busca de votos no maior colégio eleitoral do país, o presidente Jair Bolsonaro (PL), destacou nesta quinta-feira a melhora da economia e o momento de deflação que o país atravessa.

"Nós devemos ser um dos um dos raros países do mundo com PIB (Produto Interno Bruto) positivo este ano", disse Bolsonaro em discurso em São José dos Campos, em visita ao parque tecnológico, ao lado de seus candidatos ao governo do Estado de São Paulo, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao Senado, o também ex-ministro Marcos Pontes (PL).

"Somos o único país do mundo que estamos com deflação", acrescentou.

Falando em outro discurso, também em São José dos Campos, Bolsonaro lembrou os esforços para a redução dos preços dos combustíveis e insistiu na tecla da deflação.

"Até mesmo os nossos combustiveis nós conseguimos baixar de preço com a ajuda da Câmara e do Senado. Domamos a inflação, temos momento de deflação em julho e teremos também em agosto. Podem ter certeza, o Brasil está condenado a dar certo", disse.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,68% em julho e Bolsonaro tem repetido que o país pode registrar nova deflação em agosto. A queda do IPCA no mês passado teve forte influência da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

Pesquisa do instituto Quaest para a Genial Investimentos divulgada na quarta-feira mostrou que Bolsonaro é apontado como responsável pela queda recente nos preços dos combustíveis por 42% dos entrevistados.

Em rápida entrevista a jornalistas, antes dos eventos, o presidente mostrou otimismo com a queda do desemprego.

"Nós vamos agora, este mês que vem, com toda certeza, baixar o desemprego para 8% no Brasil", disse.

No final de julho, o IBGE informou que a taxa de desemprego no país tinha voltado a recuar e estava em 9,3% nos três meses até junho.

Pesquisa do Ipec --instituto formado por ex-integrantes do Ibope Inteligência-- divulgada esta semana mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 43% das intenções de voto em São Paulo, contra 31% de Bolsonaro --na pesquisa nacional o petista lidera por 44% a 32%.

POLÍCIA FEDERAL

Na entrevista, Bolsonaro procurou minimizar o novo relatório parcial da Polícia Federal encaminhado na véspera ao Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou haver crime dele ao fazer uma associação --sem provas e falsamente-- entre a vacinação contra Covid-19 e o suposto desenvolvimento da Aids em live de outubro do ano passado. A PF também pediu a prorrogação do inquérito e ainda quer tomar o depoimento do chefe do Executivo.

Em sua rápida fala sobre o assunto, o presidente tentou atribuir as conclusões do novo documento à atuação da Advocacia-Geral da União. No entanto, o que ocorreu é que a PF fez --entre o relatório anterior e o novo-- um novo enquadramento penal dos crimes e manteve a investigação sobre o presidente.

"Só vou falar uma coisa para você. O relatório da PF foi em cima da defesa da Advocacia-Geral da União, nada mais além disso", disse.

Instado a comentar, Bolsonaro também preferiu desqualificar a reportagem do portal Metrópoles de quarta-feira que mostrou conversas de um grupo de WhatsApp em que empresários defenderiam um golpe de Estado em caso de derrota do candidato à reeleição. O presidente não se manifestou sobre o conteúdo da matéria em si, chamando-a de "fake news".