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Assembleia da Petrobras vai aprovar até nomes vetados para Conselho, dizem fontes

Aleksandr_Vorobev/Getty Images
Imagem: Aleksandr_Vorobev/Getty Images

Rodrigo Viga Gaier

19/08/2022 13h42Atualizada em 19/08/2022 13h43

Um novo Conselho de Administração da Petrobras será eleito nesta sexta-feira pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), e fontes próximas ao acionista controlador estão otimistas com a aprovação dos nomes indicados pela União, incluindo dois que foram barrados por órgãos de controle da companhia.

Estão em jogo oito indicações do governo das onze cadeiras do colegiado da empresa, que incluem também nomes apontados por minoritários e um reprentante dos funcionários.

A lista dos indicados pelo acionista majoritário foi apresentada há mais de dois meses, e a expectativa gira em torno de dois nomes: Ricardo Soriano, procurador-geral da Fazenda Nacional, e Jônathas Castro, secretário-executivo da Casa Civil.

O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal e o Conselho de Administração da empresa não avalizaram esse dois nomes indicados pela União, considerando que há conflito de interesse.

"A perspectiva é que os nomes indicados pelo governo sejam aprovados, até mesmo os do Ricardo e do Jônathas", disse uma fonte próxima às discussões.

"Não tenho dúvida de que os nomes serão aprovados", adicionou uma segunda fonte, também na condição de anonimato.

A reunião da AGE começa no início da tarde.

O governo indicou oito nomes em junho deste ano: Gileno Barreto, Caio Andrade, Jônathas de Castro, Ricardo Alencar, Edison Garcia, Iêda Cagni, Márcio Weber e Ruy Schneider.

Foram indicados ainda pelos minoritários José João Abdalla Filho e Marcelo Gasparino da Silva.

Andrade foi eleito pelo Conselho de Administração da estatal em 27 de junho e, depois, aprovado como novo CEO da empresa, após a saída de José Mauro Coelho.

"Não tem motivo para não aprovar os nomes do Jônathas e do Ricardo. Não há óbice ou conflitos. A palavra final é da AGE", disse uma terceira fonte.

A mudança na composição do conselho vem depois de críticas do Palácio do Planalto à política de preços da estatal. Desde que Andrade assumiu a presidência, a companhia promoveu seguidas reduções nos preços de diesel e gasolina em razão de queda na cotação do Brent.

"É muito cedo para falar que um novo conselho representará um novo rumo de uma política mais preocupada com efeitos sociais dos preços", avaliou uma das fontes próximas ao governo.

Em julho, a Petrobras informou que os conselhos de administração e fiscal da empresa passariam a supervisionar a política de preços da empresa.