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Irã diz que acordo nuclear está em risco sem garantias dos EUA e fim de investigações da AIEA

18.jun.2021 - O candidato ultraconservador Ebrahim Raisi concede entrevista coletiva após votar nas eleições presidenciais do Irã. Raisi foi eleito novo presidente do país - Atta Kenare/AFP
18.jun.2021 - O candidato ultraconservador Ebrahim Raisi concede entrevista coletiva após votar nas eleições presidenciais do Irã. Raisi foi eleito novo presidente do país Imagem: Atta Kenare/AFP

Parisa Hafezi e John Irish

22/09/2022 20h59

O Irã não vê sentido em salvar o pacto nuclear de 2015 sem garantias de que os Estados Unidos não se retirariam novamente dele, e sem que inspetores internacionais encerrem as investigações sobre o programa atômico de Teerã, disse o presidente iraniano nesta quinta-feira.

Sinalizando o fracasso das tentativas na Assembleia-Geral das Nações Unidas de superar o impasse, o presidente Ebrahim Raisi disse: "Qual é a utilidade de ter um acordo ressuscitado sem garantias de que os EUA não o violarão novamente?"

Após uma reunião com Raisi na terça-feira em Nova York, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que "a bola para chegar a um acordo nuclear com o Irã está agora no campo de Teerã".

Mas Raisi, em uma entrevista coletiva televisionada, culpou as partes europeias do acordo e os Estados Unidos pelo fracasso em revivê-lo.

"Como podemos ter um acordo duradouro se essas investigações não forem encerradas? Podemos fazer um bom negócio se americanos e europeus cumprirem seus compromissos."

Além de buscar garantias, a República Islâmica quer que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão de vigilância nuclear da ONU, abandone sua investigação de anos sobre vestígios inexplicados de urânio encontrados em três locais não declarados no Irã.

O acordo limitou a atividade de enriquecimento de urânio do Irã para dificultar o desenvolvimento de armas nucleares por Teerã, em troca da suspensão das sanções internacionais.