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Netanyahu promete governar para todos os israelenses em meio à ascensão de nacionalistas religiosos

13/12/2022 12h01

Por Dan Williams

JERUSALÉM (Reuters) - O primeiro-ministro designado de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta terça-feira governar no interesse de todos os israelenses, enquanto os partidos nacionalistas religiosos que devem se juntar à sua nova coalizão tentam avançar legislações contestadas.

Um projeto de lei submetido para revisão parlamentar preliminar pode conceder poderes do Ministério da Defesa ao político de extrema-direita Bezalel Smotrich para encorajar assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada, onde os palestinos buscam um Estado.

Outros projetos de lei consolidariam a autoridade do gabinete sobre a polícia para o político ultranacionalista Itamar Ben-Gvire e permitiriam que o político judeu ultraortodoxo Arieh Deri servisse como ministro das Finanças, apesar de ter sido condenado por fraude fiscal.

O partido conservador Likud, de Netanyahu, ficou em primeiro lugar na eleição de 1º de novembro. Ele está cortejando os nacionalistas religiosos depois de ser rejeitado por alguns partidos tradicionais por causa de seu julgamento por corrupção.

"Fomos eleitos para liderar do nosso jeito, o caminho da direita nacionalista e o caminho da direita liberal, e assim faremos", disse ele ao Knesset, sob protestos de parlamentares de centro-esquerda.

O novo governo despertou preocupação interna e externa com o futuro dos valores seculares de Israel, prejudicou as relações étnicas e paralisou as negociações de paz com os palestinos.

Mas Netanyahu, que já ocupou o cargo por um período recorde de 15 anos, disse que, sob sua supervisão, "todos viverão de acordo com sua própria fé. Isso não se tornará uma nação de lei religiosa. Será um país em que atendemos a todos os cidadãos de Israel, sem exceção."

O atual primeiro-ministro, Yair Lapid, acusou Netanyahu de representar uma ameaça à democracia israelense.

"Netanyahu está fraco, apavorado com seu julgamento. Pessoas que são mais jovens do que ele - mais extremistas e determinadas do que ele - assumiram o controle", disse Lapid ao Knesset.

Netanyahu tem até 21 de dezembro para formar um novo governo. Caso contrário, pode haver outra eleição.

(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch e Ali Sawafta)