Ucrânia tenta manter Bakhmut; Rússia diz lutar contra sabotadores em ataque na fronteira
Por Leonardo Benassatto e Lisi Niesner
CHASIV YAR, Ucrânia (Reuters) - Forças ucranianas mantinham posições na cidade de Bakhmut, no leste do país, nesta quinta-feira, enquanto Moscou disse que suas forças de segurança estavam combatendo sabotadores ucranianos que fizeram reféns em uma operação na fronteira.
Moscou afirmou que um grupo de ucranianos armados cruzou para a província russa de Bryansk, atirou em um carro matando um civil e mantinha reféns em uma loja perto da fronteira.
Um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, chamou os relatos de provocação de Moscou, mas também deu a entender que alguma forma de ataque foi de fato realizada, culpando guerrilheiros russos.
Perto das linhas de frente a oeste de Bakhmut, na cidade ucraniana de Chasiv Yar, a Reuters ouviu o estrondo do fogo de artilharia na manhã desta quinta-feira.
Em cidades e vilas próximas, novas trincheiras foram feitas na beira da estrada, a entre 20 e 40 metros de distância, um sinal aparente de que as forças ucranianas estavam fortalecendo suas posições defensivas a oeste da cidade.
A própria Bakhmut foi reduzida a um deserto devastado, com alguns milhares de seus 70.000 civis pré-guerra ainda vivendo lá enquanto os exércitos lutam rua por rua.
As tropas russas, apoiadas por centenas de milhares de reservistas convocados no ano passado, avançam para o norte e para o sul da cidade, tentando cortar as rotas remanescentes de entrada e saída a oeste usadas pelas tropas ucranianas.
O chefe do grupo russo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, divulgou um vídeo de seus homens levantando uma bandeira de Wagner no topo de um prédio quase em ruínas de vários andares, que ele disse ter sido filmado perto do centro de Bakhmut. A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a localização da filmagem.
Moscou, que perdeu território ao longo do segundo semestre de 2022, diz que tomar Bakhmut seria um passo para conquistar o resto da região vizinha de Donbas, um objetivo importante. Kiev afirma que a cidade tem valor estratégico limitado, mas está determinada a mantê-la para esgotar a força de invasão da Rússia no que se tornou a batalha mais sangrenta da guerra.
"Cedo ou tarde, provavelmente teremos que deixar Bakhmut. Não faz sentido segurá-la a qualquer custo", disse o parlamentar ucraniano Serhiy Rakhmanin na noite de quarta-feira.
"Mas, no momento, Bakhmut será defendida com vários objetivos -- primeiro, infligir o máximo possível de perdas russas."
ATAQUE NA FRONTEIRA
A Rússia disse que um grupo armado de ucranianos cruzou a fronteira para a região de Bryansk para realizar o que o Kremlin descreveu como um ataque terrorista.
"Hoje, um grupo ucraniano de sabotagem e reconhecimento penetrou no distrito de Klimovsky, no vilarejo de Lubechanye", disse o governador de Bryansk, Alexander Bogomaz, em seu canal no Telegram. "Sabotadores atiraram em um carro em movimento. Como resultado do ataque, um morador foi morto e uma criança de 10 anos ficou ferida."
A agência de notícias estatal russa RIA afirmou que várias pessoas foram feitas reféns em uma loja em Lubechanye, a menos de um quilômetro da fronteira da Rússia com a Ucrânia.
O assessor de Zelenskiy, Mykhailo Podolyak, chamou os relatos russos de "uma clássica provocação deliberada".
Moscou "quer assustar seu povo para justificar o ataque a outro país e a crescente pobreza após o ano de guerra", tuitou. Mas ele também deu a entender que um ataque estava realmente em andamento, realizado por guerrilheiros dentro da Rússia: "Tema seus guerrilheiros", escreveu ele.
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