Grupo de investidores pede que G20 reforme subsídios agrícolas
Por Simon Jessop
LONDRES (Reuters) - Um grupo de 32 investidores, com ativos de 7,3 trilhões de dólares, pediu ao G20 que alinhem seus subsídios agrícolas a seus objetivos de sustentabilidade até o fim da década, mostrou um comunicado ao qual a Reuters teve acesso. O grupo, que inclui a maior gestora de ativos do Reino Unido, a Legal & General Investment Managers , e o braço de investimentos do BNP Paribas , emitiu seu primeiro pedido para os ministros das Finanças do G20 antes do encontro de cúpula em setembro, na Índia. É a primeira vez que investidores juntam-se para abordar subsídios dessa forma, de acordo com o grupo, e isso ocorre na esteira de um pedido mais restrito de 2021 à União Europeia, em meio à preocupação com os riscos de inação para as carteiras de investimento. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2021 informou que 87% dos 540 bilhões de dólares de subsídios anuais a produtores agrícolas incluem medidas que distorciam os preços e podiam ser potencialmente prejudiciais à natureza e à saúde humana.
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Além disso, os subsídios causariam entre 4 a 6 trilhões de dólares em danos ambientais todos os anos, mostrou um relatório britânico de 2021 sobre a economia da biodiversidade. Embora um acordo para preservar a biodiversidade — que inclui uma reforma nos subsídios — tenha sido alcançado em Montreal em dezembro, era fundamental que os países mais ricos do mundo agissem rapidamente, afirmou Helena Wright, diretora da Iniciativa FAIRR, grupo de investidores que atua na gestão de 70 trilhões de dólares com foco em questões agrícolas. "Os investidores estão pedindo que o G20 lidere pelo exemplo e garanta que esses compromissos sejam cumpridos, para o benefício do clima e da natureza", afirmou. Para ajudar a resolver o problema, os investidores pediram que os governos vinculem seus apoios financeiros direcionados ao setor a obrigações ambientais, incluindo o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e a proteção da biodiversidade. "Precisamos de uma transformação completa da cadeia de alimentos, porque é um dos sistemas que mais prejudicam o clima e a natureza", afirmou Rachel Crossley, chefe para a Europa da BNP Paribas Asset Management. Lançada em 2016, a Iniciativa FAIRR fornece dados, pesquisas e ações de defesa que abordam os riscos e oportunidades no setor de alimentos. (Reportagem de Simon Jessop)