Condenação de ex-premiê Khan por corrupção é suspensa no Paquistão, mas detenção é mantida
Por Asif Shahzad
ISLAMABAD (Reuters) - Um tribunal do Paquistão suspendeu nesta terça-feira a recente condenação do ex-premiê Imran Khan por acusações de corrupção, disse seu advogado Naeem Panjutha, mas a decisão não levará à sua libertação, já que um juiz ordenou sua detenção em outro caso.
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O ex-ídolo do críquete, de 70 anos, tem permanecido no centro da turbulência política do país desde a sua destituição em voto de desconfiança parlamentar em abril de 2022, e suas relações com os poderosos generais paquistaneses se deteriorou gravemente ao longo do ano passado.
Khan foi preso em 5 de agosto após ser condenado a três anos de prisão por vender ilegalmente presentes de Estado durante seu mandato como primeiro-ministro de 2018 a 2022.
Como resultado da condenação, e com eleições nacionais esperadas para os próximos meses, a Comissão Eleitoral do Paquistão também proibiu Khan de disputar pleitos durante cinco anos.
“A sentença foi suspensa”, disse Panjutha na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, acrescentando: “Deus seja louvado”.
A equipe jurídica de Khan entrou com um recurso alegando que ele foi condenado sem ter o direito de defesa. O tribunal também ordenou a libertação de Khan sob fiança, disse outro de seus advogados, Shoaib Shaheen, a repórteres fora do tribunal. Mas ele não será libertado porque foi detido em pelo menos um outro caso separado, sob a acusação de compartilhar segredos de Estado.
Um tribunal especial em Islamabad ordenou que as autoridades penitenciárias mantivessem Khan sob custódia judicial e o apresentassem perante o tribunal na quarta-feira, de acordo com uma ordem sem data vista pela Reuters.
Uma autoridade da Agência Federal de Investigação (FIA), que pediu anonimato, disse que Khan foi acusado de tornar público o conteúdo de um telegrama confidencial enviado pelo embaixador do Paquistão nos Estados Unidos e de usá-lo para ganhos políticos.
Khan alega que o telegrama prova que a sua remoção foi a mando dos Estados Unidos, que, segundo ele, pressionou os militares do Paquistão a derrubar o seu governo porque ele visitou a Rússia pouco antes do ataque à Ucrânia.
Tanto os Estados Unidos como os militares paquistaneses têm negado a alegação.
A suspensão marca mais uma vitória para Khan e ocorre um dia depois de a Alta Corte do Baluchistão rejeitar as acusações de sedição contra ele, dizendo que foram apresentadas indevidamente.