Topo

Partido de premiê da Índia não disputará eleição na disputada Caxemira

09/05/2024 12h05

Por Krishn Kaushik e Fayaz Bukhari

ANANTNAG, Índia (Reuters) - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, está viajando por todo o país em prol de sua campanha eleitoral, mas, pela primeira vez desde 1996, seu Partido Bharatiya Janata (PBJ) não está nas urnas da Caxemira, onde um conflito de 35 anos contra o domínio indiano já matou dezenas de milhares de pessoas.

Relacionadas

Em vez disso, os principais candidatos às três cadeiras parlamentares na região de maioria muçulmana são os poderosos partidos locais. Eles concorrerão entre si, mas ambos dizem que se opõem ao PBJ e se alinharão com a aliança de oposição liderada pelo Partido do Congresso.

Analistas e partidos de oposição dizem que o PBJ decidiu não disputar a eleição na região porque o resultado provavelmente iria contradizer a narrativa de Modi sobre uma Caxemira pacífica e mais integrada desde que ele removeu o status semiautônomo da região em 2019 e a colocou sob o controle de Nova Délhi.

O PBJ, junto de seus aliados, está concorrendo em todas as outras partes da Índia e é cotado para conquistar a maioria das 543 cadeiras do Parlamento com base em sua imagem de nacionalismo hindu.

"Por que eles não estão participando da eleição?", perguntou Omar Abdullah, líder do partido Conferência Nacional e ex-ministro-chefe do Estado de Jammu e Caxemira.

"Claramente, há uma lacuna entre o que o PBJ alega ter feito e a realidade no local", disse ele, falando em sua casa na principal cidade da Caxemira, Srinagar.

Modi diz que sua decisão de 2019 trouxe normalidade à Caxemira após décadas de derramamento de sangue e que trará investimentos e empregos em breve. O ministro do Interior, Amit Shah, apoia a posição do governo, afirmando que os jovens agora têm laptops nas mãos em vez de pedras que costumavam atirar nas forças de segurança no passado.

Como parte da medida, o Estado de Jammu e Caxemira foi dividido em duas áreas governadas pelo governo federal - o vale da Caxemira, de maioria muçulmana, com as planícies de Jammu, dominadas pelos hindus, e o Ladakh, montanhoso e dominado pelos budistas.

Na época, o governo impôs um severo bloqueio à Caxemira e Abdullah e quase todos os outros líderes locais foram mantidos sob custódia por meses.

Ravinder Raina, chefe da unidade da Caxemira do PBJ, disse que a decisão do partido de não participar da eleição fazia parte de uma estratégia mais ampla, embora tenha se recusado a dar detalhes.

"O PBJ não lutará, mas apoiará um candidato que trabalhará pela paz, felicidade, fraternidade e democracia" em cada uma das três cadeiras, disse ele. O partido ainda não anunciou qual dos muitos pequenos partidos na disputa irá apoiar.

Além da insurgência de três décadas, a Caxemira é dividida em setores controlados pela Índia e pelo Paquistão e reivindicada integralmente por ambos países. Os inimigos travaram duas de suas três guerras desde a independência em 1947 por conta da Caxemira.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Partido de premiê da Índia não disputará eleição na disputada Caxemira - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias