Hamas lança dúvidas sobre participação em novas negociações de cessar-fogo em Gaza
CAIRO (Reuters) - O grupo militante palestino Hamas pediu neste domingo aos mediadores que apresentem um plano baseado em negociações anteriores, em vez de se envolverem em novas negociações para um acordo de cessar-fogo em Gaza, levantando dúvidas sobre sua participação na reunião de quinta-feira convocada pelos mediadores.
Na semana passada, líderes dos Estados Unidos, Egito e Catar pediram a Israel e ao Hamas que se encontrassem para negociações em 15 de agosto, em Cairo ou Doha, a fim de concluir um acordo de cessar-fogo e de liberação dos reféns em Gaza.
Israel disse que enviaria negociadores para participar da reunião. Inicialmente, o Hamas disse que estava analisando a proposta, mas agora deu a entender que pode ficar de fora da nova rodada de negociações.
"O movimento pede aos mediadores que apresentem um plano para implementar o que foi acordado pelo movimento em 2 de julho de 2024, com base na visão do (presidente Joe) Biden e na resolução do Conselho de Segurança da ONU", afirmou o Hamas em um comunicado.
"Os mediadores deveriam impor isso à ocupação (Israel) em vez de buscar mais rodadas de negociações ou novas propostas que dariam cobertura à agressão da ocupação e lhe dariam mais tempo para continuar seu genocídio contra nosso povo", acrescentou o comunicado.
O Hamas disse que tem mostrado flexibilidade durante o processo de negociação, mas que as ações israelenses, incluindo o que o Hamas alegou ser o assassinato do líder do grupo, Ismail Haniyeh, em Teerã no mês passado, indicam que Israel não está levando a sério a busca por um acordo de cessar-fogo. Israel não confirmou nem assumiu responsabilidade pelo incidente.
(Reportagem de Nidal Al-Mughrabi)
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