Ataques israelenses matam dezenas de pessoas em Gaza e muitas ficam presas sob escombros
Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - Os militares israelenses bombardearam pelo menos cinco casas lotadas no norte de Gaza na madrugada de quinta-feira, com muitas vítimas soterradas sob escombros, disseram autoridades de saúde palestinas, enquanto as tropas aprofundam uma incursão ao longo da faixa norte do território.
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As operações de resgate estavam em andamento na cidade de Beit Lahiya, ao norte de Gaza, disseram os médicos. A mídia do Hamas calculou o número de vítimas fatais em 66, a maioria das quais, segundo ela, não foi recuperada.
Não houve comentários por parte das Forças Armadas israelenses, que vêm operando em Beit Lahiya e nas cidades vizinhas de Jabalia e Beit Hanoun desde o início do mês passado, em uma campanha que, segundo elas, tem como objetivo impedir que os combatentes do Hamas se reagrupem e realizem ataques.
Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, uma das três instalações médicas que funcionam de forma precária na área sitiada do norte, disse que pelo menos 200 pessoas viviam no distrito residencial que foi bombardeado em Beit Lahiya e que muitas pessoas continuam desaparecidas.
Abu Safiya afirmou que os médicos estavam recuperando os feridos e tratando-os no local, porque não tinham veículos de ambulância para levá-los aos hospitais.
Mesmo que os feridos consigam chegar ao hospital, muitos morrem devido à falta de suprimentos médicos e cirurgiões especializados depois que Israel deteve ou expulsou a maior parte da equipe médica, disse Abu Safiya.
As operações israelenses em Gaza têm se concentrado há semanas no extremo norte do território, onde os militares cercaram três grandes cidades e ordenaram que os moradores fugissem.
Moradores das três cidades - Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoun - disseram que as forças israelenses destruíram centenas de casas desde o início da última ofensiva, em 5 de outubro.
Os palestinos dizem que Israel parece determinado a despovoar a área permanentemente para criar uma zona de proteção ao longo do limite norte de Gaza, o que Israel nega.
Philippe Lazzarini, chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), disse na quinta-feira que 80% da Faixa de Gaza é agora de alto risco, com muitas pessoas cada vez mais desesperadas.
"Elas estão encurraladas, sem nenhum lugar seguro para ir. No norte de Gaza, as pessoas permanecem sob um cerco rígido. Elas correm para salvar suas vidas em círculos viciosos e foram privadas de ajuda humanitária por mais de 40 dias", declarou ele em um post no X.
"Em toda a Faixa de Gaza, a entrega da pouca ajuda permitida tornou-se excessivamente complexa, inclusive por causa das rotas inseguras", acrescentou.