Quênia e Uganda serão mediadores em disputa entre Etiópia e Somália
NAIROBI (Reuters) - O presidente do Quênia, William Ruto, disse neste sábado que ele e o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, ajudarão a mediar uma disputa entre a Etiópia e a Somália que ameaça desestabilizar a região do Chifre da África.
A Etiópia, sem litoral, que tem milhares de tropas na Somália para combater insurgentes ligados à Al Qaeda, irritou o governo de Mogadíscio com seu plano de construir um porto na região separatista da Somalilândia.
A Somalilândia, que em troca do porto poderia obter um possível reconhecimento como nação independente da Etiópia, tem lutado para obter reconhecimento internacional, apesar de governar a si mesma e desfrutar de paz e estabilidade desde que declarou independência em 1991.
A disputa aproximou a Somália do Egito, que há anos briga com a Etiópia por causa da construção de uma grande represa hidrelétrica no Rio Nilo por Adis Abeba, e da Eritreia, outro inimigo da Etiópia.
"A segurança da Somália (...) contribui significativamente para a estabilidade de nossa região e o ambiente para que investidores, empresários e empreendedores prosperem", disse Ruto em uma coletiva de imprensa em uma cúpula regional de chefes de estado.
Várias tentativas de resolver a disputa em Ancara, na Turquia, não conseguiram chegar a um acordo.
O gabinete do presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, disse em um comunicado que Mohamud havia se encontrado com Ruto e Museveni nos bastidores da cúpula, mas não fez referência a uma possível mediação.
Ahmed Moallim Fiqi, ministro das Relações Exteriores da Somália, disse à Reuters que as resoluções anteriores dos líderes regionais não foram ouvidas em Adis Abeba, mas ele confiava que os esforços de mediação em andamento da Turquia seriam frutíferos.
Os porta-vozes do governo e das relações exteriores da Etiópia não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
(Por Hereward Holland, Abdi Shekih, Humphrey Malalo e Dawit Endeshaw)
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