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Rússia está recuando, mas não saindo da Síria, dizem fontes

14/12/2024 13h26

Por Tuvan Gumrukcu e Suleiman Al-Khalidi e Guy Faulconbridge

TARTOUS, SÍRIA (Reuters) - A Rússia está recuando seu Exército das linhas de frente no norte da Síria e de posições nas montanhas alauítas, mas não está deixando suas duas principais bases no país após a derrubada do presidente Bashar al-Assad, disseram quatro autoridades sírias à Reuters.

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A queda de Assad, que ao lado do seu falecido pai, o ex-presidente Hafez al-Assad, forjou uma aliança próxima com Moscou, havia colocado em dúvida o futuro das bases da Rússia - a base aérea de Hmeimim em Latakia e a instalação naval de Tartous.

Imagens de satélite da última sexta-feira mostraram o que pareciam ser pelo menos dois Antonov AN-124s, entre os maiores aviões de carga do mundo, na base de Hmeimim com os cones de nariz abertos, aparentemente se preparando para serem carregados.

Pelo menos um avião de carga decolou neste sábado para a Líbia, afirmou uma autoridade de segurança síria posicionada no lado de fora da instalação.

O Exército sírio e fontes de segurança em contato com os russos afirmaram à Reuters que Moscou está recuando suas forças das linhas de frente e retirando alguns equipamentos pesados e oficiais sírios de alto escalão.

Mas as fontes disseram que a Rússia não está se retirando de suas duas principais bases e, neste momento, não tem a intenção de fazê-lo.

Alguns equipamentos estão sendo enviados de volta para Moscou, assim como oficiais de alto escalão do Exército de Assad, mas o objetivo neste momento é reagrupar e reposicionar, de acordo com os acontecimentos no local, disse um oficial militar sênior da Síria em contato com o Exército russo à Reuters.

Uma autoridade rebelde de alto escalão próxima ao novo governo interino afirmou à Reuters que a questão da presença militar russa na Síria e acordos anteriores entre o governo Assad e Moscou não estavam sendo discutidos.

“É uma questão para conversas futuras e o povo sírio terá a palavra final”, afirmou a autoridade, acrescentando que Moscou havia aberto canais de comunicação.

“Nossas forças também agora também estão próximas das bases russas em Latakia”, acrescentou, sem entrar em detalhes.

O Kremlin havia dito que a Rússia está em discussão com os novos governantes da Síria sobre suas bases. O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu ao pedido de comentário para a reportagem da Reuters.

Uma fonte russa disse que as discussões com os novos governantes da Síria estão em andamento e que a Rússia não está se retirando de suas bases.

A Reuters não conseguiu determinar em um primeiro momento como o líder rebelde Ahmad al-Sharaa - mais conhecido como Abu Mohammed al-Golani - vê o futuro de longo prazo das bases russas.

O presidente russo, Vladimir Putin, cuja intervenção na guerra civil da Síria em 2015 ajudou a sustentar Assad enquanto o Ocidente pressionava para que ele fosse derrubado, concedeu asilo a Assad na Rússia, após Moscou ajudá-lo a fugir no último domingo.

(Reportagem de Tuvan Gumrukcu em Tartous, na Síria, Suleiman Al-Khalidi em Amman e Guy Faulconbridge em Londres)

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