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Era do gás russo na Europa chega ao fim com interrupção do fluxo via Ucrânia

31/12/2024 16h46

MOSCOU (Reuters) - Remessas de gás russo para a Europa via Ucrânia devem terminar no dia de Ano Novo, colocando um ponto final no longo período de domínio de Moscou sobre o fornecimento de gás ao mercado europeu.

A rota de exportação de gás mais velha da Rússia para a Europa -- um gasoduto dos tempos soviéticos -- está programada para ser fechada ao fim de 2024, com o fim de um acordo de trânsito de cinco anos entre a Rússia e a Ucrânia.

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Dados da operadora de trânsito de gás da Ucrânia mostraram nesta terça-feira que a Rússia não requisitou fluxos de gás para 1º de janeiro.

A União Europeia reduziu drasticamente sua dependência do gás russo após a eclosão da guerra na Ucrânia em fevereiro 2022 e procurou fontes alternativas de gás.

Compradores remanescentes de gás russo, como Eslováquia e Áustria, organizaram fornecimentos alternativos e analistas preveem um impacto mínimo da paralisação para o mercado.

Preços de referência do gás na Europa ficaram em 48,50 euros por megawatt-hora nesta terça-feira, apenas um pouco acima da abertura das negociações.

Moscou perdeu sua participação dominante de fornecimento de gás para países da União Europeia para rivais como Estados Unidos, Catar e Noruega desde que invadiu a Ucrânia, o que levou a UE a reduzir sua dependência do gás russo.

Outrora a maior exportadora de gás do mundo, a estatal Gazprom registrou perdas de 7 bilhões de dólares apenas em 2023, seu primeiro prejuízo anual desde 1999.

Para a Europa, perder os suprimentos baratos de gás russo contribuiu para uma grande desaceleração econômica, o aumento da inflação e o agravamento de uma crise de custo de vida.

Embora a Europa tenha conseguido rapidamente encontrar fontes alternativas de energia, a perda do gás russo exacerbou preocupações de longo prazo sobre sua competitividade global em declínio e, especialmente, sobre o futuro industrial da Alemanha.

Kiev se recusou a negociar um novo acordo de trânsito de gás.

A Ucrânia está abrindo mão de 800 milhões de dólares por ano em taxas da Rússia. A Gazprom perderá perto de 5 bilhões de dólares em vendas de gás para a Europa via Ucrânia.

(Reportagem de Vladimir Soldatkin e Marina Bobrova em Moscou; Pavel Polityuk e Yulia Dysa em Kiev; Jason Hovet em Praga; Dave Graham em Zurique e Lii Bayer em Bruxelas; texto de Nina Chestney)

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