Trump não descarta ações militares e econômicas para controlar Canal do Panamá e Groenlândia
Por Steve Holland e Joseph Ax
PALM BEACH, Flórida (Reuters) - O presidente eleito Donald Trump se recusou nesta terça-feira a descartar ações militares ou econômicas como parte de seu desejo declarado de fazer com que os EUA retomem o controle do Canal do Panamá e adquiram o território dinamarquês da Groenlândia.
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Questionado em uma entrevista coletiva se ele poderia garantir ao mundo que não usaria coerção militar ou econômica para tentar obter o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia, Trump disse: "Não, não posso garantir nenhum desses dois. Mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança econômica".
A extraordinária declaração foi feita enquanto Trump delineava ainda mais uma agenda expansionista, duas semanas antes de assumir o cargo em 20 de janeiro em Washington.
Ele reiterou seu interesse em transformar o Canadá em um Estado dos EUA e criticou os gastos norte-americanos com produtos canadenses e apoio militar ao Canadá, um dos aliados mais próximos do país.
Trump sugeriu que imporia tarifas sobre a Dinamarca se ela resistisse à sua oferta de comprar a Groenlândia, que ele disse ser vital para a segurança nacional dos EUA. A Dinamarca disse que a Groenlândia não está à venda.
Trump também prometeu mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América e reiterou sua promessa de impor tarifas significativas ao México e ao Canadá.
"Ele cobre um grande território", disse, sobre o Golfo. "'O Golfo da América' Que nome bonito."
Sua promessa de renomear o golfo ecoou uma promessa anterior de reverter o nome do Denali, o pico mais alto da América do Norte, para Monte McKinley. O ex-presidente Barack Obama mudou o nome da montanha do Alasca em deferência aos nativos-americanos.
Autoridades mexicanas e panamenhas não comentaram em um primeiro momento. O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, já rejeitou a ideia de devolver o canal aos EUA, que o possuíam antes de entregar o controle ao Panamá em 1999.
Trump disse que membros da Otan deveriam gastar 5% de seu Produto Interno Bruto em defesa, um aumento significativo em relação à meta atual de 2%.
"Acho que a Otan deveria ter 5%", disse. "Todos eles podem se dar ao luxo, mas deveriam estar em 5%, não 2%."
A coletiva de imprensa, a segunda de Trump desde que ele venceu a eleição de 5 de novembro, foi realizada um dia após o Congresso certificar formalmente sua vitória.
A certificação de 6 de janeiro, uma etapa básica e amplamente cerimonial exigida pela Constituição dos EUA, foi interrompida em 2021 quando uma multidão de apoiadores de Trump invadiu o prédio do Capitólio, em uma tentativa sem sucesso de impedir a confirmação formal da vitória do presidente norte-americano, Joe Biden, sobre Trump. A cerimônia da última segunda-feira foi realizada sob forte segurança, mas transcorreu sem incidentes.
(Reportagem de Steve Holland; reportagens adicionais de Costas Pitas, Helen Coster, Timothy Reid, Doina Chiacu e Gram Slattery)