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Migrantes venezuelanos anseiam por seu lar enquanto Maduro se aproxima do início de novo mandato

08/01/2025 13h28

CIDADE DO MÉXICO/RIOHACHA, Colômbia (Reuters) - A migrante venezuelana Mariangela Lozano anseia por sua terra natal, mas antes da posse planejada para o terceiro mandato do presidente Nicolás Maduro, na sexta-feira, ela optou, a contragosto, permanecer no México e enfrentar suas condições de vida precárias.

"Se Maduro não estivesse no governo... Eu seria a primeira a voltar para a Venezuela", disse Lozano em dezembro, 15 dias antes da posse de Maduro, depois de uma eleição contestada em julho passado, na qual Maduro e o candidato da oposição Edmundo González dizem ter vencido.

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González tem sido declarado presidente eleito por vários governos da região. Na segunda-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que González foi o "verdadeiro vencedor" da votação de 28 de julho.

Lozano, que é formada em recursos humanos por uma universidade em Maracaibo, na Venezuela, vive há seis meses com o marido e os filhos Lucía e Gustavo em uma casa improvisada perto de uma passagem de trem no norte da Cidade do México.

Ela mal consegue ganhar alguma coisa pintando o cabelo de outros migrantes enquanto espera por uma consulta no consulado dos EUA, que espera que resulte em asilo.

Sua história não é única. Cerca de 7,9 milhões de venezuelanos estão vivendo fora de seu país de origem, o segundo maior deslocamento do mundo, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Nos últimos anos, a economia da Venezuela passou por uma crise prolongada marcada por uma inflação de três dígitos e amplas sanções dos EUA, o que levou ao êxodo de milhões de venezuelanos em busca de melhores oportunidades.

A Colômbia é o lar de cerca de 2,8 milhões de venezuelanos, entre eles Raydelys Coromoto, de 38 anos.

Morando em uma casa precária de chapas de metal, madeira e plástico na cidade caribenha de Riohacha, Coromoto administra um pequeno mercado para sustentar sua família.

"Às vezes, passamos o dia sem comer. Só temos o suficiente para as crianças", disse Coromoto, que fugiu para a Colômbia há dois meses, em busca de melhores cuidados com a saúde de um de seus filhos, que sofre de múltiplas deficiências.

Outros venezuelanos em Riohacha, como Abigail Suárez, concordam com os sentimentos de Coromoto. "A situação na Venezuela é muito ruim", disse ela. "Eu queria ter um ambiente diferente, um lar diferente."

Apesar dos perigos enfrentados pelos migrantes, a diáspora venezuelana continuará a crescer, disse Donna Catalina Cabrera, especialista em migração da Universidade Javeriana, na Colômbia.

"Após as festas de Natal e o início do ano e após o novo mandato de Maduro na Venezuela, as pessoas deixarão o território novamente em busca de oportunidades em outros países", disse Cabrera.

O Chile, que já abriga uma grande população venezuelana, pode muito bem ver esses números aumentarem.

Em uma instalação para refugiados em Santiago, os venezuelanos esperavam na fila para serem atendidos.

Uma mulher, que pediu para não ter seu nome revelado, declarou: "Estou aqui buscando asilo, fugindo de meu país".

(Reportagem de Alicia Fernández na Cidade do México, Camilo Cohecha em Riohacha e Rodrigo Gutiérrez e Jorge Vega em Santiago)

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