Primeiro-ministro da Groenlândia propõe eleição em 11 de março, em meio ao interesse dos EUA
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NUUK (Reuters) - O primeiro-ministro da Groenlândia propôs nesta terça-feira a realização de uma eleição geral em 11 de março, em meio ao interesse do presidente dos EUA, Donald Trump, pelo território ártico.
Espera-se que a próxima campanha eleitoral gire em torno das aspirações de independência da vasta ilha, o desenvolvimento da frágil economia da ilha e as relações com a Dinamarca e os Estados Unidos.
"Estamos no meio de um momento sério. Um momento que nunca vivemos em nosso país. Este não é o momento para divisões internas", disse o primeiro-ministro Mute Egede, em uma publicação nas redes sociais que não mencionou Trump.
Em dezembro, Trump renovou seu desejo de controlar a ilha estrategicamente importante e não descartou a possibilidade de usar poder militar ou econômico para conseguir isso.
O território semiautônomo da Dinamarca disse que está aberto para negócios, mas que não deseja fazer parte dos Estados Unidos.
Egede afirmou que agora pedirá ao Parlamento que aprove sua proposta de realizar uma eleição. A Groenlândia deveria realizar eleições parlamentares antes de 6 de abril.
A Dinamarca governa a ilha há séculos. A Groenlândia foi uma colônia dinamarquesa até 1953 e, desde então, ganhou ampla autonomia, incluindo o direito de declarar independência, embora Copenhague continue responsável pela segurança e pela política externa da Groenlândia.
A maioria dos groenlandeses votaria pela independência se o referendo fosse realizado agora, segundo uma pesquisa recente da empresa de pesquisas Verian, encomendada pelo jornal dinamarquês Berlingske e pelo diário Sermitsiaq, da Groenlândia.
A sondagem apontou que 28% votariam contra a independência.
A ilha possui vastos recursos minerais inexplorados, mas sua economia depende da pesca e dos subsídios anuais da Dinamarca.
A pesquisa também mostrou que 45% não querem a independência se o padrão de vida for afetado negativamente, indicando que o caminho para a independência ainda não está claro.
(Reportagem de Stine Jacobsen em Copenhague e Jacob Gronholt-Pedersen em Nuuk)
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