Primeiro-ministro francês sobrevive a votos de desconfiança sobre o Orçamento de 2025

PARIS (Reuters) - O primeiro-ministro da França, François Bayrou, sobreviveu nesta quarta-feira a dois votos de desconfiança no Parlamento, abrindo caminho para a adoção de um Orçamento para 2025 muito atrasado, visto como fundamental para reduzir as dívidas incapacitantes da França.

Os votos de desconfiança foram solicitados pela extrema-esquerda, mas estavam fadados ao fracasso depois que o Reunião Nacional, de extrema-direita, e os socialistas, de centro-esquerda, não apoiaram as moções.

No total, 128 parlamentares votaram a favor da primeira moção, bem menos do que os 289 votos necessários.

Parlamentares de extrema-esquerda tinham apresentado duas moções de desconfiança contra o primeiro-ministro depois que ele invocou poderes constitucionais especiais para forçar a aprovação do Orçamento de 2025.

A ferramenta, conhecida como Artigo 49.3, permite que o governo minoritário aprove a legislação sem uma votação parlamentar.

Tanto o Reunião Nacional quanto o Partido Socialista sinalizaram antes das votações que não apoiariam a moção porque a França precisa de um Orçamento, embora os socialistas tenham dito que, em uma data posterior, devem apresentar uma moção de desconfiança separada em relação aos comentários recentes de Bayrou sobre imigração.

Bayrou disse que muitos franceses sentem-se "submersos" pela imigração, declaração que tem defendido desde então, mesmo que tenha atrapalhado brevemente as negociações sobre o Orçamento. É provável que essa moção também não seja aprovada.

A França lida com instabilidade política desde que o presidente Emmanuel Macron decidiu convocar uma eleição antecipada em junho, que resultou em um Parlamento fragmentado no qual nenhum partido detém a maioria.

(Reportagem de Makini Brice, Dominique Vidalon e Sudip Kar-Gupta)

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