Zelensky diz que está disposto a deixar presidência se isso significar paz na Ucrânia

Kiev (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo (23) que está disposto a abrir mão de seu cargo se isso significar a paz na Ucrânia, dizendo que poderia trocar sua saída pela entrada do país na Otan.
"Se (isso significa) paz para a Ucrânia, se você realmente precisa que eu deixe meu posto, estou pronto", disse Zelensky irritado quando perguntado durante uma entrevista coletiva se ele estava pronto para deixar seu cargo, se isso significasse garantir a paz.
"Posso trocar isso pela Otan (adesão), se essa condição estiver lá, imediatamente", acrescentou o presidente.
O presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou para que eleições acontecessem na Ucrânia, tendo rotulado Zelensky de "ditador", uma aparente referência ao mandato oficial de cinco anos do líder ucraniano que terminaria em 2024.
As críticas de Trump a Zelensky surgiram quando as relações entre os dois líderes se deterioraram drasticamente nas últimas semanas.
Zelensky se opôs à ideia de eleições durante uma guerra em grande escala, uma posição apoiada por seus principais oponentes políticos domésticos.
Ele também disse que queria ver o presidente dos EUA, Donald Trump, como um parceiro da Ucrânia e mais do que um simples mediador entre Kiev e Moscou.
"Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação... isso não é suficiente", afirmou.
Repercussão internacional
O jornal The New York Times afirma que não ficou claro se Zelensky considerou seriamente a opção de renunciar ou se estava apenas respondendo às últimas provocações de Washington e Moscou.
O jornal destacou ainda que a entrada do país na Otan é improvável, já que Trump é contrário ao ingresso da Ucrânia na aliança militar.
Zelensky e Trump estão há dias tentando chegar a um acordo para negociar minerais e outros recursos naturais da Ucrânia por ajuda americana.
O presidente ucraniano chegou a dizer, segundo a imprensa internacional, que ainda não estava pronto para assinar a última proposta do governo americano, que exigiria que a Ucrânia pagasse aos Estados Unidos US$ 500 bilhões usando receitas de seus recursos naturais.
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