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Médicos suíços prescrevem visitas a museus contra problemas de saúde mental e doenças crônicas

12/03/2025 10h28

Por Cecile Mantovani e Denis Balibouse

NEUCHATEL, Suíça (Reuters) - Médicos suíços estão ampliando a gama de prescrições para pacientes com problemas de saúde mental e doenças crônicas para incluir passeios em jardins públicos, galerias de arte e museus.

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A cidade de Neuchatel, no oeste da Suíça, lançou o projeto piloto com médicos no mês passado para ajudar os moradores em dificuldades e promover a atividade física.

"Para as pessoas que às vezes têm dificuldades com sua saúde mental, isso permite que elas esqueçam por um momento suas preocupações, suas dores, suas doenças e passem um momento alegre de descoberta", disse à Reuters Patricia Lehmann, médica de Neuchatel que participa do programa.

"Estou convencida de que, quando cuidamos das emoções das pessoas, permitimos que elas, de alguma forma, talvez encontrem um caminho para a cura."

Quinhentas receitas serão distribuídas para visitas gratuitas a quatro locais, incluindo três museus e o jardim botânico da cidade.

Uma delas foi para uma mulher de 26 anos que estava sofrendo de esgotamento e que a Reuters conheceu no Museu de Arte e História de Neuchatel, que tem obras-primas de Claude Monet e Edgar Degas, além de uma coleção de bonecas automatizadas.

"Acho que isso traz um pouco de luz para a escuridão", disse ela, pedindo para permanecer anônima.

As autoridades dizem que a ideia surgiu de um estudo de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS) que explorou o papel das artes na promoção da saúde e no tratamento de doenças.

Durante os lockdowns da Covid-19, o fechamento de museus afetou o bem-estar das pessoas, disse Julie Courcier Delafontaine, chefe do departamento de cultura da cidade.

"Isso foi um verdadeiro gatilho e estávamos realmente convencidos de que a cultura era essencial para o bem-estar da humanidade", disse ela.

A iniciativa será testada por um ano e poderá ser ampliada para outras atividades, como o teatro.

"Gostaríamos que esse projeto decolasse e tivesse pacientes suficientes para provar seu valor e que, um dia, por que não, o seguro de saúde cubra a cultura como uma forma de terapia", disse Courcier Delafontaine.

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS ES


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