Putin declara cessar-fogo unilateral na guerra contra Ucrânia na Páscoa
(Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou neste sábado um cessar-fogo surpresa de um dia na guerra contra a Ucrânia durante a Páscoa, mas Kiev afirmou que os ataques continuaram, que Putin não era confiável e que Moscou deveria aceitar a trégua de 30 dias acordada por Kiev no mês passado.
A medida unilateral de Putin ocorreu após o anúncio de Washington de que poderia abandonar as negociações de paz em poucos dias, a menos que Moscou e Kiev demonstrassem que estavam falando sério sobre a negociação.
Putin ordenou a interrupção dos combates a partir das 18h deste sábado, no horário de Moscou, até a meia-noite de domingo.
"Com base em considerações humanitárias (...) o lado russo anuncia uma trégua de Páscoa. Eu ordeno a interrupção de todas as atividades militares nesse período", disse Putin ao seu chefe militar, Valery Gerasimov, em reunião televisionada.
"Presumimos que a Ucrânia seguirá nosso exemplo. Ao mesmo tempo, nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações da trégua e provocações do inimigo, quaisquer ações agressivas", acrescentou Putin.
Logo após o anúncio, cerca de uma hora antes de sua entrada em vigor, sirenes de ataque aéreo soaram em Kiev.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, rejeitou a proposta como "mais uma tentativa de Putin de brincar com vidas humanas". Quarenta e cinco minutos antes do início previsto da trégua, aviões ucranianos estavam repelindo ataques aéreos russos, disse Zelenskiy em uma publicação no X.
Andriy Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, disse que as forças russas continuaram a atirar em posições ucranianas depois que a ordem de trégua deveria entrar em vigor.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente a situação no front, mas blogueiros ucranianos que cobrem a guerra disseram que os tiros continuaram ao longo de toda a linha de contato.
(Reportagem de Lucy Papachristou)
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