Nações Unidas exigem cessar-fogo imediato em Gaza, apesar da oposição dos EUA e de Israel

Por Michelle Nichols

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Assembleia Geral das Nações Unidas exigiu nesta quinta-feira, em votação esmagadora, um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na guerra em Gaza e o acesso à ajuda humanitária, após os Estados Unidos vetarem esforço semelhante no Conselho de Segurança na semana passada.

Composta por 193 membros, a Assembleia Geral adotou uma resolução que também exige a libertação dos reféns mantidos em Gaza pelo Hamas, o retorno dos prisioneiros palestinos detidos por Israel e a retirada total das forças israelenses de Gaza.

O texto obteve 149 votos a favor, enquanto 19 países se abstiveram e os EUA, Israel e outros 10 votaram contra.

A resolução "condena veementemente o uso da fome de civis como método de guerra e a negação ilegal de acesso humanitário e a privação de civis (...) de objetos indispensáveis à sua sobrevivência, incluindo o impedimento intencional do fornecimento e acesso de ajuda".

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse à Assembleia Geral que isso era "calúnia de sangue". Ele pediu aos países que não participassem do que ele disse ser uma "farsa" que prejudica as negociações de reféns e não condena o Hamas.

"É preciso reconhecer que, ao não condicionar um cessar-fogo à libertação dos reféns, vocês disseram a todas as organizações terroristas que o sequestro de civis funciona", disse ele.

As resoluções da Assembleia Geral não são compulsórias, mas têm peso como um reflexo da visão global sobre a guerra. As exigências anteriores do órgão para o fim da guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas foram ignoradas. Ao contrário do Conselho de Segurança da ONU, nenhum país tem direito a veto na Assembleia Geral.

A guerra em Gaza se alastra desde 2023, depois que militantes do Hamas mataram 1.200 pessoas em Israel em um ataque em 7 de outubro daquele ano e levaram cerca de 250 reféns para o enclave, segundo dados israelenses. Muitos dos mortos ou capturados eram civis.

Continua após a publicidade

Israel respondeu com uma campanha militar que matou mais de 54.000 palestinos, segundo autoridades de saúde de Gaza. Elas afirmam que os civis foram os mais afetados pelos ataques e que milhares de corpos estão perdidos sob os escombros.

(Reportagem de Michelle Nichols)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.