Coreia do Norte ajudará Rússia a reconstruir Kursk após incursão ucraniana, diz Kim a aliado de Putin

Por Andrew Osborn

(Reuters) - A Coreia do Norte enviará milhares de trabalhadores da construção militar e sapadores para a região russa de Kursk para ajudar a reconstruí-la após uma incursão ucraniana que as tropas norte-coreanas ajudaram Moscou a repelir este ano, disse uma autoridade de alto escalão da segurança russa nesta terça-feira.

Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Rússia e ex-ministro da Defesa com laços estreitos com o presidente Vladimir Putin, falou após conversas com o líder norte-coreano Kim Jong Un em Pyongyang, o segundo encontro entre eles em apenas duas semanas.

Shoigu disse que estava cumprindo o que, segundo ele, eram "instruções especiais" de Putin.

Sua visita ocorreu em um momento em que os laços entre Moscou e Pyongyang -- que estão se aproximando diante do que dizem ser um Ocidente hostil -- estão se desenvolvendo em ritmo acelerado, e dias depois que ele afirmou que o primeiro trem direto desde 2020 entre Moscou e Pyongyang, a capital norte-coreana, havia partido.

Ele disse esperar que os voos diretos entre Moscou e Pyongyang também sejam retomados pela primeira vez em mais de 30 anos.

A visita de Shoigu provavelmente será analisada no Ocidente, já que Estados Unidos, Coreia do Sul e a própria Ucrânia acusaram a Coreia do Norte de fornecer à Rússia assistência militar maciça para manter sua guerra contra a Ucrânia, algo que nem Moscou nem Pyongyang reconheceram publicamente.

Shoigu disse que as conversas duraram mais de duas horas.

Ele contou em uma coletiva de imprensa que a Coreia do Norte logo começaria a reconstruir Kursk depois que Moscou -- ajudada por milhares de tropas norte-coreanas -- expulsou as forças ucranianas de lá neste ano, depois de uma incursão surpresa em agosto de 2024.

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"O presidente Kim Jong-un decidiu enviar mil sapadores para a Rússia para desminar o território russo, bem como cinco mil trabalhadores da construção militar para reconstruir as instalações de infraestrutura destruídas pelos ocupantes", disse Shoigu à agência de notícias estatal russa Tass.

"Acho que esse trabalho começará em um futuro próximo", acrescentou ele, mencionando que certas áreas precisariam ser desminadas primeiro.

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