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Presidente Italiano afirma não ter criado obstáculos para a formação de um novo governo

27/05/2018 17h43

O presidente da República italiana, Sergio Mattarella, garantiu neste domingo (27) que ninguém pode dizer que ele tenha sido um obstáculo na formação de um novo ...

“Tentei facilitar ao máximo os esforços para chegar a formação de um novo governo”, afirmou Mattarella à imprensa, após Giuseppe Conte, que tinha sido nomeado para esta missão, renunciar. “Há uma maioria parlamentar (após as eleições legislativas de 4 de março) entre o Movimento 5 Estrelas (antissistema) e a Liga (extrema direita) que, mesmo separados durante as eleições, conseguiram chegar a um acordo após um longo trabalho em torno de um programa”, completou.

“Esperei o tempo que me foi pedido para chegar a um acordo e pedir a aprovação das respectivas bases de militantes”, clamou Mattarella, antes de reafirmar que em nenhum momento colocou entraves durante o processo. Mas, as duas partes não chegaram a um acordo sobre o Executivo e, em particular, sobre o nome para guiar a terceira maior economia da zona do euro. “Aceitei todas as propostas na nomeação de ministros, com a exceção do ministro da economia”, disse Mattarella se referindo ao economista Paolo Savona, de 81 anos, conhecido por suas posições eurocéticas, o que preocupa os mercados financeiros e as autoridades da União Europeia.

"É inútil votar na Itália. Os governos são decididos pelos lobbies financeiros. Trata-se de uma posição inédita das instituições", reagiu Luigi Di Maio, líder do M5E. "Somos um país com uma soberania limitada", criticou o líder da Liga, Matteo Salvini. "Trabalhamos durante semanas para dar à luz a um governo que defenda os interesses dos cidadãos italianos. Mas alguém nos disse não", reagiu.

Um novo nome

Em uma mensagem oficial, o presidente Mattarella explicou que pediu como candidato para a pasta estratégica um experiente político, e não um "defensor da saída da Itália do euro", pois "isso põe em risco as poupanças dos italianos", apontou. Mais tarde, a Presidência anunciou a convocação de Cottarelli, de 64 anos, que foi funcionário de alto escalão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ganhou o apelido de "Sr. Tesoura" quando foi encarregado da revisão das despesas públicas do país no governo de Enrico Letta (centro-esquerda), em 2013.

Na Itália, o presidente aprova a lista de ministros de acordo com a ordem política do país. Esse enfrentamento entre dois partidos e o presidente da República é inédito. As formações M5E e Liga, os dois partidos mais votados nas eleições, chegaram, após semanas de negociações, a um complexo acordo político, bem como à formação de um Executivo, que o presidente Mattarella acabou não aceitando. Mattarela finalizou o domingo dizendo ter sido informado que "as forças políticas querem novas eleições rapidamente”. “É uma decisão que vou tomar somente após observar o que acontecerá no parlamento” completou Mattarella.