França é campeã europeia em gastos com proteção social, aponta estudo
Os investimentos para combater a pobreza, como auxilio-família, moradia e seguro-desemprego, são proporcionalmente menores e representam até 2,6% do PIB. 91% do dinheiro vai para administrações públicas e 9% para o setor privado. A França está à frente de países que são exemplos em desenvolvimento como a Dinamarca ou a Finlândia.
As áreas da saúde e da aposentadoria representam 81% das despesas de proteção social, seguida de ajudas para a família (8%) e para o emprego (6%). Habitação, luta contra a pobreza e exclusão social somam 3% dos gastos.
Todo o investimento em proteções sociais dá resultado: a taxa de pessoas vivendo abaixo da linha pobreza no país – isto é, da população que se encontra abaixo do nível de vida médio, com no mínimo € 1.000 mensais – é de 13,6%, um dos melhores resultados entre 15 países da União Europeia (a média é de 17,1%). Na Suécia, na Alemanha e no Reino Unido, a taxa de pobreza é de cerca de 16%, e na Espanha é de 22%.
De acordo com cálculos da Eurostat, a totalidade do sistema de redistribuição social e fiscal “reduz por volta de dez pontos de pobreza e de exclusão social na França”. Sem todo esse dinheiro, a França estaria na casa dos 24% em nível de miséria. No total, o orçamento da luta contra a pobreza aumentou 3% entre 2006 e 2016, isto é de € 42,4 bilhões a € 57 bilhões.
Para Macron, França gasta demais com ajudas sociais
A publicação do estudo chega em um momento delicado na França: na semana passada o presidente francês Emmanuel Macron gerou polêmica ao afirmar que “damos um bom bocado para os serviços sociais e as pessoas ainda vão mal”. O comentário foi recebido com muitas críticas à lógica de que o dinheiro investido em programas sociais era excessivo e não dava resultados.
“Aqueles que nascem pobres continuam pobres. Aqueles que ficam pobres também continuam pobres. É preciso responsabilizar as pessoas para que elas saiam da pobreza”, continua o chefe de Estado. “O que custa muito são vocês e seus presentes de ricos”, respondeu o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon. Para alguns, entretanto, a fala de Macron funcionou como uma boa publicidade, no sentido do “fale bem ou fale mal, fale de mim”.
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