Itália ameaça outro barco com 239 imigrantes, na véspera de cúpula europeia sobre imigração
Roma pediu na sexta-feira (22) que Malta abra seus portos para o barco Lifeline, fretado por uma ONG alemã. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, do partido de extrema-direita Liga do Norte, advertiu que a embarcação deverá em seguida ser “sequestrada e sua tripulação detida”. O governo maltês já se recusou a socorrer o navio.
O governo italiano se recusa a receber o navio em portos do país e acusa a ONG alemã de ter violado o direito internacional ao resgatar imigrantes na costa da Líbia, no momento em que a guarda-costeira do país africano estava prestes a socorrê-los.
O Lifeline aguarda neste sábado (23) em águas internacionais uma solução diplomática sobre seu destino. O navio espera também receber rapidamente água e alimentos para os 239 imigrantes a bordo, incluindo 14 mulheres e quatro crianças.
Europa dividia
O incidente acontece menos de uma semana após a odisseia de um outro navio humanitário, o Aquarius, que pode finalmente aportar na Espanha com 630 imigrantes a bordo.
A cúpula dos dirigentes do bloco europeu no domingo (24) em Bruxelas deve ser marcada por muita tensão. Roma vai defender uma proposta mais severa para conter a imigração, que conta com o apoio de países do Leste Europeu e divide o bloco.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, chegou a pensar em boicotar o encontro, mas mudou de ideia após uma conversa telefônica com a chanceler alemã. Angela Merkel relativizou a importância da cúpula, que vai contar com a presença de ao menos 16 integrantes da União Europeia, garantido que nenhuma decisão implicando o conjunto do bloco deve ser tomada.
Mas a polêmica entre Roma e seus parceiros europeus está longe de terminar. Na sexta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, que já havia criticado o novo governo italiano, voltou a colocar mais lenha na fogueira denunciando “a lepra nacionalista na Europa”. A reação italiana foi imediata. O ministro Salvini disse “só aceitará lições” depois que o presidente francês “acolher milhares de imigrantes”.
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