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Retenção de menores clandestinos antes da expulsão aumentou 70% em 2017 na França

03/07/2018 07h42

De acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (3) por um grupo de associações francesas de apoio aos imigrantes, 347 menores foram detidos com suas famílias em centros administrativos na França, onde crianças não podem ser separadas dos pais. Nos locais, os imigrantes clandestinos aguardam a expulsão do território.

O relatório mostra que 52% das crianças tinham menos de 6 anos e cerca de 25%, entre 6 e 12 anos. Vinte e oito por cento das famílias vêm da Albânia, 22% do Kosovo, e 22% do norte da África. No total, mais de 46.800 pessoas foram detidas no ano passado, contra 45.900 em 2016. Neste mesmo ano, 176 crianças foram trancadas com suas famílias à espera da expulsão.

“A detenção dos menores poderia ter sido evitada”, asseguram as associações. “Os centros de retenção não estão adaptados para receber crianças e são extremamente traumatizantes”, diz o relatório, que cita, principalmente, as inúmeras sentenças da Corte Europeia dos Direitos Humanos condenando a prática. Mas, diferentemente dos EUA, na França as crianças não podem ser separadas dos pais.

Em junho, o órgão que controla as prisões na França recomendou a proibição das detenções, que duram cerca de 24 horas. “Geralmente, eles são levados na véspera com os pais para aguardar os voos”, detalha o relatório. A questão deve ser definida nos próximos meses pelo governo francês.

Novos centros

O Senado francês limitou para cinco dias o tempo de retenção de um estrangeiro acompanhado de uma criança, ao analisar a proposta do governo, em junho. Um projeto de lei deve ser apresentado em breve na Assembleia Nacional francesa. Segundo o documento, 10.114 pessoas foram expulsas do território francês no ano passado. O ministro do Interior, Gérard Collomb, anunciou a construção de 400 vagas nos centros de retenção administrativa. O país é um dos que mais recorre a esse tipo de detenção na União Europeia.