Topo

População começa a voltar para casa após acordo de cessar-fogo no sul da Síria

07/07/2018 16h06

Milhares de deslocados no sul da Síria retornavam para suas casas a partir deste sábado (7), após o acordo firmado entre o governo sírio e os rebeldes na véspera.

Depois de mais de duas semanas de intensos bombardeios, os representantes da Rússia, aliada de Damasco, e dos grupos rebeldes chegaram a um acordo na sexta-feira (6) para decretar um cessar-fogo no sul da Síria. A região era controlada até então pelos opositores ao regime do presidente sírio Bashar Al Assad.

A trégua representa uma nova derrota para os grupos rebeldes, incapazes de resistir à ofensiva do regime sírio. Com o apoio militar da Rússia e do Irã, Damasco recuperou 60% do território sírio.

Iniciada em 19 de junho, a ofensiva de Damasco provocou deslocamentos forçados de pelo menos 325 mil pessoas, segundo a ONU. Muitas delas seguiram para acampamentos perto da fronteira com a Jordânia ou nas Colinas Golã, ocupadas parcialmente por Israel.

Deslocados deixam fronteira com a Jordânia

Desde a assinatura do acordo, "milhares de deslocados começaram a abandonar a fronteira para voltar a suas localidades no sudeste da província de Deraa", explicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. "O Estado sírio controlará todas as posições que estavam nas mãos dos rebeldes ao longo da fronteira com a Jordânia", confirmou a agência oficial síria SANA.

A trégua prevê o início de um cessar-fogo e que os grupos terroristas entreguem as armas pesadas e de médio calibre em todas as cidades, completou a agência. "Os que são contrários a estas condições terão que seguir para Idlib (norte da Síria)", explicou a agência, uma condição exigida pelos grupos rebeldes.

O acordo, que acontecerá em três etapas, começou a ser aplicado no leste da região de Deraa, depois se tornará efetivo na capital da província e em seguida no oeste", explicou o porta-voz do comando rebelde, Hussein Abazeed.

O regime sírio parece determinado a assumir o controle do conjunto do país, devastado desde 2011 por uma guerra que provocou 350.000 mortes e deixou milhões de deslocados e refugiados.