Treinador pede desculpas a pais de meninos presos em caverna; tempo de resgate está contado
O tempo para salvar o grupo está contado diante da previsão de fortes chuvas na região nos próximos dias, revelou o chefe da missão de resgate. O sentimento de culpa do jovem treinador Ekkapol Chantawong, de 25 anos, está no centro dos debates no país. Ele é alvo de críticas por ter levado os meninos a uma caverna que poderia ficar inundada durante as chuvas de monção.
As operações de socorro aos jovens se transformaram em uma corrida contra o relógio. As autoridades insistem na alternativa do resgate pela parte superior da caverna de Tham Luang, para evitar o trajeto a nado até a entrada do local, distante 4 quilômetros.
Técnicos efetuaram mais de 100 perfurações na superfície, mas ainda não localizaram a posição do grupo, explicou o coordenador da célula de crise, Narongsak Osottanakorn. Ele também é governador da província de Chiang Rai. Os meninos estão em bom estado de saúde, enfatizou o governador, apesar dos temores provocados pela redução do nível de oxigênio.
"Agora e pelos próximos três ou quatro dias, as condições para uma evacuação são perfeitas em relação à água, ao tempo e à saúde dos meninos", disse Osottanakorn. "Temos que decidir o que podemos fazer.
Os socorristas inseriram um tubo de vários quilômetros para transportar oxigênio até o local onde o grupo está refugiado. O nível de oxigênio se estabilizou na caverna, mas o nível de "dióxido de carbono é outro fator" a considerar, destacou o governador.
As chuvas esperadas em breve poderiam reduzir a maior parte da plataforma lamacenta na qual o grupo se refugiou. "A água pode subir até onde as crianças estão sentadas e reduzir essa área a menos de 10 metros quadrados", explicou Osottanakorn, citando estimativas de especialistas e mergulhadores.
"Um pouco de frio"
Após a publicação de dois vídeos, o primeiro gravado quando os mergulhadores britânicos encontraram o grupo na segunda-feira (2) à noite e o segundo, de terça-feira (3), as autoridades não divulgaram mais imagens dos jovens. As cartas escritas pelas crianças a suas famílias são as primeiras provas de vida reveladas desde o início da semana.
"Não se preocupem, mamãe e papai. Eu estou fora há duas semanas, mas vou voltar e ajudá-los na loja", escreveu Bew.
"Estou bem, mas aqui faz um pouco de frio. Não se preocupem comigo. Não esqueçam de preparar minha festa de aniversário", escreveu Duangphet, que assina a mensagem com seu apelido, Dom.
"Se eu sair, por favor me levem para comer moo krata", pediu Piphat, conhecido como Nick, ao mencionar um prato tailandês a base de porco e verduras.
As autoridades tentaram estabelecer um canal de comunicação telefônica com um cabo de 2 quilômetros na caverna, para que os meninos conversassem com os pais, mas a ideia não deu certo.
Mais de 1.100 jornalistas
A operação de resgate chama a atenção da imprensa mundial e mais de 1.100 jornalistas estão no local, com os equipamentos instalados em meio ao barro em uma área de selva tropical.
Um ex-mergulhador da Marinha tailandesa morreu na sexta-feira (6) durante uma operação de abastecimento na caverna. A morte do socorrista provocou dúvidas sobre a possibilidade de um resgate sem riscos para os meninos. O incidente levou o coordenador da célula de crise a afirmar que um resgate por mergulho não era "oportuno".
Vários meninos, com idades entre 11 e 16 anos, não sabem nadar e nenhum deles já praticou mergulho, o que complica ainda mais as operações. No momento, um mergulhador experiente precisa de 11 horas para fazer uma viagem de ida e volta até o local em que estão os jovens: seis de ida e cinco para volta, graças à ajuda da corrente. O trajeto inclui passagens estreitas e trechos sob a água.
As equipes de socorro formadas por mergulhadores da Marinha, soldados, policiais e voluntários trabalham dia e noite para retirar os meninos da caverna. "O momento crítico será quando chover novamente. (...) O tempo está se esgotando", admitiu o governador de Chiang Rai.
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