Sobe para 264 o número de mortos em protestos na Nicarágua
“Após uma contagem efetuada pela CIDH desde o começo da repressão contra os manifestantes, 264 pessoas perderam a vida e 1.800 ficaram feridas”, declarou o responsável da Comissão, Paulo Abrão, durante uma reunião da Organização dos Estados Americanos. Estimativas alternativas apontam 250 mortos e 2.000 feridos.
A Nicarágua vive um clima permanente de conflito, que deixou suas principais vias e cidades paralisadas desde as manifestações iniciadas em 18 de abril. Os protestos se estenderam como prova da insatisfação com a política de Ortega, que governa desde 2007 com sua esposa Rosario Murillo, vice-presidente e braço direito. O chefe de Estado é acusado de autoritarismo.
Fim da violência
O governo da Nicarágua aceitou em junho a presença de observadores internacionais dos direitos humanos para investigar as mortes ocorridas durante os protestos. O anúncio foi feito pelo cardeal Leopoldo Brenes, presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN).
As autoridades destacaram, na época, "a importância da presença imediata da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)” no diálogo. Governo e oposição também concordaram com a criação de uma Comissão de Verificação e Segurança, mediada pela Igreja e acompanhada pela CIDH, ONU e UE.
O acordo foi obtido depois de várias horas de negociações, durante um período de retomada do diálogo entre o governo e a aliança opositora, em meio à forte repressão dos protestos contra Ortega.
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