Água de barragem que se rompeu no Laos invade Camboja
"Dezessete cidades foram inundadas por causa do colapso da represa do Laos", disse o porta-voz da província de Stung Streng, Men Kong. Segundo ele, 5.600 pessoas foram evacuadas porque suas casas ficaram submersas. O número de mortos e desaparecidos no Camboja ainda é desconhecido. Autoridades temem que o nível das águas suba ainda mais e prevêm novas evacuações. O Camboja terá eleições legislativas neste domingo (29).
Três dias depois da tragédia, fortes chuvas de monção ainda castigam o Laos, onde equipes de resgate que incluem reforços enviados por China, Vietnã e Tailândia, mobilizados para distribuir kits de ajuda e suprimentos. As estradas foram gravemente danificadas e algumas chegaram a ser completamente destruídas.
Nas cidades em que as águas começaram a baixar nesta quinta-feira, os moradores tentam salvar o possível e ajudam na limpeza das ruas. Na área mais afetada, no entanto, a cobertura da mídia está proibida. Desde a tragédia, ocorrida na segunda-feira (23), o regime autoritário do Laos controla rigidamente as notícias.
O primeiro-ministro do Laos, Thongloun Sisoulith, esperou até a noite de quarta-feira (25), dois dias depois da tragédia, para anunciar o primeiro balanço oficial dos mortos e desaparecidos no desastre da represa Xe-Namnoy.
Mais de 50 projetos hidrelétricos estão em construção no Laos, um pequeno país rural e montanhoso encravado no coração da península da Indochina. O Laos exporta a maior parte da sua eletricidade, principalmente para a China, o Vietnã e a Tailândia.
Tarde demais
Os sobreviventes no Laos, traumatizados, disseram nesta quinta-feira que foram avisados tarde demais. "Ninguém nos informou, os moradores viram a água chegar e começaram a gritar", relata Poosa Duangapai, refugiado em um abrigo coletivo estabelecido em uma creche.
Ela viajou vários quilômetros em seu pequeno trator, para escapar das águas que cobriam sua aldeia de Kok Kloy. "Isso é tudo que me resta", acrescenta ela.
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