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Reino Unido libera uso de cannabis terapêutica

26/07/2018 14h16

O uso de cannabis terapêutica com prescrição médica será permitido no Reino Unido a partir do outono, anunciou nesta quinta-feira (26) o ministro do Interior, Sajid ...

Diversos casos de pacientes que se tratavam ilegalmente com produtos derivados de cannabis, incluindo duas crianças com epilepsia, Alfie Dingley e Billy Caldwell, foram recentemente divulgados pela imprensa. A decisão foi tomada depois de o ministro consultar dois grupos de especialistas independentes.

"Tornar a cannabis terapêutica disponível com receita médica melhorará a vida de pacientes que sofrem atualmente em silêncio. Não há nada mais difícil do que ver seus entes queridos sofrerem e é por isso que tomei essa decisão", disse o ministro no Twitter.

A mãe de Billy Caldwell ficou feliz com esta novidade "fantástica" que foi anunciada no dia em que seu filho completa 13 anos. "Meu filho Billy agora poderá viver uma vida normal com sua mãe graças ao simples fato de eu poder administrar algumas gotas por dia de um remédio natural bastante eficaz."

Até então, a cannabis era classificada como droga sem valor terapêutico e agora mudará de categoria. O Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) e a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) vão agora "definir claramente o que constitui um medicamento derivado da cannabis" para que estes possam ser receitados, indicou o ministério. "Outras formas de cannabis serão estritamente controladas e não estarão disponíveis com receita médica", disse o órgão.

Mike Penning, co-presidente de um grupo parlamentar sobre cannabis medicinal, disse estar "feliz" com o fato de o ministro ter "agido tão rápido". "Este anúncio traz esperança para milhares de pessoas", disse ele. "No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para definir exatamente quais produtos serão permitidos e como serão regulados."

Vários outros países europeus legalizaram a cannabis terapêutica, como a Alemanha, a Áustria, a Finlândia e a Itália.

Essa decisão do governo conservador britânico será "muito bem recebida pela comunidade de pesquisadores", declarou Tom Freeman, pesquisador do King's College, em Londres. "Ela terá um impacto significativo na pesquisa, facilitando o desenvolvimento de drogas mais seguras e eficazes", acrescentou.