Avessos à imigração, Trump e Conte se reúnem em Washington
Os dois dirigentes têm opiniões convergentes sobre temas ligados à política internacional e comércio. Mas é sobre a questão das fronteiras de seus respectivos países que os dois líderes encontram mais pontos em comum.
Se por um lado Trump insiste em manter o muro entre Estados Unidos e México e não hesita em separar pais e filhos que entram ilegalmente no território norte-americano, Conte já avisou que deseja reformar o chamado tratado de Dublin. O texto europeu impõe aos países nos quais os imigrantes desembarcam pela primeira vez a responsabilidade dos pedidos de asilo, e o líder italiano considera que a regra penaliza as nações situadas às margens do Mediterrâneo, como Itália, mas também Grécia e Espanha.
Trump e Conte também defendem melhores relações com Moscou. No início de junho, durante a cúpula do G7 no Canadá, o chefe da Casa Branca pediu que a Rússia, excluída do grupo das potências mundiais desde a anexação da Crimeia em 2014, reintegrasse o time. O líder italiano, que participava de sua primeira reunião internacional, disse que concordava com o americano, na contramão dos vizinhos europeus.
Presença da Itália na Otan interessa Trump
Além disso, mesmo se Conte não representa a potência dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, ou da China, Xi Jinping, o italiano pode interessar Trump em aspectos mais estratégicos. O próprio presidente norte-americano já ressaltou que Roma faz parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o que transforma o país europeu em “um parceiro eminente no Afeganistão e no Iraque, e crucial para manter a estabilidade na região do Mediterrâneo”.
O único tema que pode gerar tensões entre os dois líderes é o aumento da contribuição da Itália no orçamento da Otan. Roma já avisou que não pretende gastar mais com a Defesa, enquanto Trump martela que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte devem passar suas contribuições de 2% para 4% do PIB.
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