Governo francês escapa de moção de censura histórica da oposição
Os membros da oposição exigiam explicações sobre o caso do colaborador do chefe de Estado, Alexandre Benalla, filmado agredindo manifestantes durante os protestos de 1º de maio. O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, respondeu às perguntas dos deputados antes do voto e defendeu a posição de Macron, acusado de ter demorado muito para reagir após a divulgação das imagens de seu ex-assessor de segurança durante um protesto.
Além de ter agredido um manifestante, Benalla estava usando uma braçadeira e um capacete da polícia. E desde a revelação das imagens, outros vídeos de possíveis ações truculentas envolvendo o segurança já foram divulgados.
Macron vem sendo acusado de ter minimizado o escândalo, classificando o caso como "tempestade num copo d'água", antes de demitir o ex-assessor. “O que deveria ter sido feito foi feito”, declarou Philippe. Segundo o chefe do governo, o episódio “não permite que ninguém fale de derrapagem monárquica ou impunidade”, insistiu.
“O que aconteceu no dia 1° de maio não representa a presidência de Emmanuel Macron”, martelou o premiê. O chefe do governo foi aplaudido ao dizer que o objetivo da oposição com as moções é apenas bloquear as reformas que o presidente tenta implementar.
Em seguida, os deputados votaram as duas moções de censura. A primeira, apresentada pela direita, teve a adesão de 143 deputados, enquanto a segunda, proposta pela esquerda, teve 74 votos. Ambas foram rejeitadas, já que, para derrubar o governo e afastar Macron, eram necessários 289 votos.
O voto é visto como um momento delicado para o presidente. Afinal, mesmo se desde o início da Quinta República francesa, em 1958, mais de cem moções foram apresentadas, essa é a primeira vez que duas moções de censura eram submetidas simultaneamente.
A única vez que o procedimento resultou na queda de um governo foi em 1962, durante o mandato do então presidente Georges Pompidou.
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