Após apreender 40 mil celulares nas prisões, França cogita instalar telefones nas celas
Mais de 40 mil celulares e acessórios, como carregadores e chips, foram apreendidos nas 180 prisões francesas em 2017. Diante da dificuldade para conter a proliferação, as autoridades preveem instalar telefones fixos dentro das celas.
O número de aparelhos apreendidos nas prisões do país não parou de crescer nos últimos dez anos. A tal ponto que a Direção francesa de Administração Penitenciária (DAP) já declarou que “lutar contra a presença de celulares é uma batalha perdida”.
Segundo as autoridades do país, os aparelhos são introduzidos nas prisões durante as visitas ou são lançados na zona de banho de sol a partir do exterior. Além disso, muitos telefones contêm poucos componentes feitos de metal, o que torna mais difícil encontrá-los durante as revistas.
A presença de celulares nas penitenciárias preocupa, pois ela abre a porta para outros crimes. “A radicalização (islâmica), a preparação de fugas e todos os tipos de tráficos são feitos por meios das redes (via telefone)”, explica Emmanuel Baudin, do sindicato FO para as penitenciárias. Além disso, com a entrada dos aparelhos nas prisões, se multiplicaram também os vídeos feitos pelos próprios detentos, que são divulgados em seguida nas redes sociais. O caso mais recente foi o do rapper Kaaris, preso após uma briga com seu rival Booba no aeroporto de Paris.
Diante da situação, as autoridades lançam duas operações. A primeira delas é a ampliação do uso de sistemas que provocam interferências nos telefones celulares, impedindo as comunicações. Atualmente, 804 equipamentos do gênero estão instalados, mas apenas 10% funcionam corretamente. Os demais se tornaram obsoletos com os avanços tecnológicos da telefonia celular.
A ministra francesa da Justiça, Nicole Belloubet, já havia anunciado o desbloqueio de uma verba de € 15 milhões para reforçar o sistema de interferência das linhas de celulares dentro dos presídios.
Mas a medida que suscita mais debate é a instalação de 50 mil telefones fixos dentro das celas. O objetivo, segundo os idealizadores do projeto, é não isolar os detentos de seus familiares.
O governo já validou a iniciativa, que vinha sendo solicitada há anos pelas associações de apoio aos detentos. Um programa-piloto já foi testado em 2016 e 2017 na prisão de Montmédy, no leste do país. Os resultados do teste foram considerados “muito positivos”, pois teriam reduzido as tensões dentro das penitenciárias e também o número de celulares apreendidos.
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